12 anos depois da mais controversa escolha da história dos Mundiais de futebol, chegou o momento. Tamim bin Hamad Al Thani, emir do Catar, de braços abertos a dar as “boas-vindas” ao planeta, ladeado por um sorridente Gianni Infantino. O Mundial 2022 — o campeonato manchado pela corrupção, mortes de trabalhadores migrantes e desrespeito pelos mais variados direitos humanos — está aqui.
A cerimónia de abertura que antecedeu o Catar - Equador, primeiro embate do grupo A da prova, contou com o luxo que se poderia esperar daquele que é, de longe, o Mundial mais caro da história. Até 2022, o campeonato mais caro de sempre era o Brasil 2014, com cerca de 19,1 mil milhões de dólares em investimento. O Mundial 2022, segundo a "BBC", levou a organização a gastar 220 mil milhões de dólares.
Morgan Freeman foi a estrela da cerimónia. O norte-americano era um dos embaixadores da candidatura dos EUA a este Mundial, que foi derrotada pela catarense, mas 12 anos depois foi ao centro do estádio dizer que o “futebol une o mundo” e desejar “esperança e respeito”.

Boa parte da cerimónia foi passada a piscar o olho ao passado, como que usando a carta da nostalgia. Houve um desfile de velhas mascotes, como o clássico “Naranjito”, de 1982, e um medley de cançoes de passadas edições, desde o “La Copa de La Vida”, de Ricky Martin, em 1998, até ao “Waka Waka”, de Shakira, em 2010.
Para terminar, Tamim bin Hamad Al Thani assegurou que o Catar fez “todos os esforços e investimentos para o bem da humanidade”, prometendo que este mês seria uma ocasião para “celebrar a diversidade”. “Pessoas de diferentes orientações, nacionalidades, estados e continentes são bem-vindas ao Catar”, disse o líder de um país que, por exemplo, criminaliza a homossexualidade.