Perfil

Fórmula 1

A não ser que “haja algo como um meteorito”, o diretor-executivo da F1 não espera que haja uma mulher a competir “nos próximos cinco anos”

Desde 1976 que uma mulher não disputa uma corrida da categoria máxima, mas Stefano Domenicali considera ser "muito improvável" que o cenário mude num futuro próximo, ainda que garanta que a F1 está a "trabalhar para melhorar o sistema"

Pedro Barata

Stefano Domenicali

Ethan Miller - Formula 1/Getty

Partilhar

As italianas Maria Teresa de Filippis, entre 1958 e 1959, e Lella Lombardi, entre 1974 e 1976, são as únicas mulheres da história da F1 a terem participado numa corrida de um Grande Prémio. Assim, há 46 anos que a grelha de partida é exclusivamente masculina.

Stefano Domenicali, diretor-executivo da F1, considera "muito improvável" que este monopólio mude nos próximos tempos. Em conferência de imprensa, Domenicali disse que, "a não ser que haja algo como um meteorito", não espera que haja uma mulher a competir na categoria "nos próximos cinco anos".

O dirigente sublinhou, ainda assim, ser "crucial" que a F1 "dê o máximo de oportunidades para que as mulheres possam estar" na competição e que está a "trabalhar para mudar o sistema". "Estamos totalmente dedicados nisso", assegurou.

Recentemente, a equipa Alpine lançou um programa com o objetivo de encontrar uma piloto competitiva para integrar a Fórmula 1 nos próximos oito anos.

A F1 tem ajudado a promover as W Series, onde só correm mulheres. Jamie Chadwick, duas vezes campeã da competição, tem sido a mulher que nos últimos tempos mais foi associada a um possível ingresso no futuro na F1.

Stefano Domenicali entende que é importante "dar às raparigas a oportunidade de estar no mesmo nível de competição que os rapazes", fazendo com que "tenham a mesma idade quando começam na Fórmula 2 ou Fórmula 3". "Verão algumas medidas em breve", garantiu.

"Conversações" sobre a África do Sul e o futuro da Bélgica

Antes do regresso das corridas após a pausa de verão, com o GP da Bélgica a arrancar sexta-feira, o diretor-executivo falou também sobre questões relacionadas com o calendário futuro das provas. Domenicali confirmou existirem "conversações" para a inclusão de uma corrida na África do Sul, perto de Joanesburgo: "Sempre disse que queria ter uma prova em África e, neste momento, o local mais provável é a África do Sul. Será clarificado nos próximos dias", anunciou.

Ainda assim, Domenicali descartou que a entrada da África do Sul signifique a saída da Bélgica do calendário. O dirigente acredita que o calendário terá "23 ou 24 grandes prémios" em 2023, número que é "uma exigência do mercado" e o "maior possível".