Os resultados recentes da carreira de João Sousa têm andado muito longe das melhores prestações do português, o tenista nacional que mais alto chegou no ranking ATP (28.º), capaz de vencer quatro títulos no circuito e de disputar outras oito finais na primeira divisão da bola amarela. Além das sucessões de derrotas, foram as palavras do vimaranense em abril, depois de novo desaire, que fizeram soar os alarmes.
Sousa admitiu estar “habituado a jogar a um nível”, mas que não o “tem conseguido fazer”. E lançou um sincero desabafo: “Não é para isto que jogo ténis”.
Pois bem, a sensação de frustração voltou a aumentar. Na primeira ronda do challenger de Tunes, na Tunísia, o português de 34 anos, atual 156.º classificado do ranking, perdeu (6-3, 5-7 e 6-4) contra o francês Geoffrey Blancaneaux (180.º). Após três horas de embate num torneio do escalão secundário, aquele em que, pelas necessidades da sua posição na hierarquia mundial, Sousa mais tem competido, o mais laureado tenista nacional da história voltou a sair de court com a sensação menos desejada.
Foi a 19.ª derrota em 24 encontros de João Sousa em 2023, sendo o 7.º desaire seguido.
Há exatamente um ano, João Sousa chegou à final do ATP 250 de Genebra, somando 150 pontos. Ora, essa quantidade irá, agora, desaparecer do ranking do jogador, pelo que, na próxima atualização da lista, o vimaranense protagonizará um enorme tombo na classificação.
Assim, é garantido que João Sousa irá sair do top 250 da tabela. Será a pior posição do português desde abril de 2011. E um adensar das nuvens de dúvidas e incertezas em torno de alguém que é o primeiro a admitir que não anda no mundo das raquetes para ter estes resultados.