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Carlos Alcaraz entra em 2023 com um título no Argentina Open

No regresso aos courts depois da lesão que o fez falhar, entre outros, o Open da Austrália, o espanhol foi o melhor em Buenos Aires, erguendo o sétimo título da carreira depois de derrotar (6-3, 7-5) o britânico Cameron Norrie na final

Pedro Barata

LUIS ROBAYO/Getty

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Carlos Alcaraz ainda só tem 19 anos, mas ao olhar para o prodígio espanhol já se observam coisas diferentes de quando o murciano apareceu na elite do ténis. Há barba na cara, a qual lhe retira algum daquele ar de menino. Não há a manga à cava do começo de 2022, mas há uma tatuagem com a data de 11 de setembro de 2022, quando ganhou o US Open, tornando-se no mais jovem de sempre a chegar à liderança do ranking ATP.

Carlitos conseguiu acabar 2022 no topo da hierarquia mundial, tornando-se também no mais precoce a fazê-lo, mas o final do ano passado e o começo destes foram complicados. Importunado por problemas físicos, uma lesão muscular na perna direita fê-lo falhar o Open da Austrália.

No regresso à competição, Alcaraz estreou-se na presente temporada com autoridade. No Argentina Open, em Buenos Aires, impôs-se com naturalidade e levou para casa o título do torneio da categoria ATP 250. Na final, o britânico Cameron Norrie, 12.º de um ranking em que o espanhol é segundo, foi batido em duas partidas, por 6-3 e 7-5.

Depois de se ter imposto no set inaugural, Alcaraz quebrou o serviço do canhoto britânico logo à primeira oportunidade no segundo parcial, aproximando-se da vitória. Os jogos de saque do mais novo dos finalistas foram, depois, assegurados, até Carlitos ter, pela primeira vez, a oportunidade de fechar o embate com 5-4 no marcador.

No entanto, aí vieram minutos de desacerto para Alcaraz. Nervos, erros não forçados, falhas aproveitadas por Norrie. O britânico igualou a final e deu a ideia de poder voltar a forçar um break para levar a final para um set decisivo.

No entanto, depois dos tais minutos abaixo do seu nível, o espanhol recompôs-se, demonstrando a sua fibra de campeão. Punho cerrado, gritos de “vamos!”, nível de jogo recuperado. A 5-6, com Norrie a servir para tentar ir para o tie break, o canhoto tremeu, fazendo uma dupla falta, e Alcaraz selou um triunfo com um amorti ao seu estilo.

À nona final da carreira, foi o sétimo título para Alcaraz, o quinto em terra batida. É o mais jovem vencedor do Argentina Open.

“Este é o nível a que tenho de jogar em finais. Tive dificuldades nos últimos meses, lidar com lesões não é fácil. É muito especial ganhar aqui no regresso”, disse na entrevista após o desfecho do embate.