Quando Novak Djokovic selou o triunfo contra Stefanos Tsitsipas, celebrou-de forma especialmente emotiva. Os rugidos de celebração, os abraços com a família ou as lágrimas abundantes atestaram a importância do momento, que o fez dizer que, “tendo em conta as circunstâncias” — o sérvio foi algo enigmático sobre quais foram essas particularidades —, foi a “maior vitória” da sua carreira.
Com nova conquista em Melbourne, Nole aumentou o seu domínio sobre o happy slam. Lá jogou 10 finais e venceu-as todas, tendo-se tornado no terceiro tenista com 10 títulos no mesmo major. Só Margaret Court, com 11 vitórias na Austrália, e Rafa Nadal, com 14 êxitos em Roland-Garros, têm mais num torneio do Grand Slam específico.
Entre as muitas façanhas logradas pelo balcânico, talvez a mais relevante seja a que diz respeito ao número de majors. Numa corrida que tem servido de barómetro entre os homens que dominaram os últimos (muitos) anos do ténis, Djokovic iguala o registo de 22 torneios do Grand Slam de Rafa Nadal, à frente dos 20 do já retirado Roger Federer.
O espanhol e o sérvio têm os mesmos 22 que Steffi Graf. Melhor que eles só duas mulheres, Serena Williams, com 23, e Margaret Court, com 24. Em Roland-Garros, com começo marcado para 28 de maio, haverá oportunidade para o desempate.
Djokovic levantando os 10 títulos de campeão do Open da Austrália
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Na próxima atualização do ranking ATP, na segunda-feira, Djokovic regressará à liderança da hierarquia que, até agora, era ocupada por Carlos Alcaraz. Será a 374.ª semana do sérvio no topo da lista, mais do que qualquer outro homem. Nadal, por exemplo, leva 209 semanas, ao passo que Roger Federer deixou a modalidade com 310 semanas. O máximo absoluto de Steffi Graf, com 377 semanas, está ao virar da esquina.
Nole chegou, em Melbourne, aos 93 títulos conquistados, superando os 92 de Rafa Nadal. Mais titulados só Ivan Lendl, com 94, Roger Federer, com 103, e Jimmy Connors, com 109. Desde 2011, só em 2017 ficou o sérvio abaixo dos quatro títulos numa temporada. Em 2023 já leva dois, juntando o Open da Austrália ao triunfo em Adelaide.
Além dos majors, Djokovic é também recordista de Masters 1000, com 38, mais do que os 36 de Nadal ou os 28 de Federer. Tem, também, vantagem no confronto direto contra ambos, com 30 vitórias e 29 derrotas contra o espanhol e 27 triunfos e 23 desaires contra o suíço, não sendo já possível alterar este último registo devido à retirada do príncipe helvético.
Aos 35 anos, Djokovic garante manter a “motivação intacta”. Nos próximos meses, poderá tornar seus os recordes absolutos de semanas como líder de um ranking mundial, masculino ou feminino, e desempatar com Nadal no número de títulos do Grand Slam.