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O cinquentão Kelly Slater quer estar em Paris 2024: “Esta será a minha oportunidade. Nos Jogos seguintes terei 55 anos”

O surfista norte-americano, de 50 anos, foi suplente de John Florence e Kolohe Andino nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Só há duas vagas e a corrida começa agora, no Havai, numa prova que conquistou em 2022. “Se conseguir entrar nessa equipa olímpica, tenho uma boa oportunidade de ganhar uma medalha”

Expresso

Tony Heff

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Em 1992 o mundo era diferente. Jogava-se Gameboy, Michael Jordan era o maior do planeta, Fujimori fazia tropelias no Chile, Hulk Hogan ganhava o título de peso pesado da WWF e o McDonald's abria o primeiro restaurante na China. Entre esses e muitos mais eventos históricos, nas águas planetárias surgia um extraterrestre. Kelly Slater, mago das ondas, ganhou o seu primeiro Mundial de surf nesse ano. Tinha apenas 20 anos.

Tantos anos depois, o norte-americano, natural da Flórida, continua a ser um homem especial dentro de água, juntando algumas feituras épicas como ser o mais jovem e o mais velho de sempre a ser campeão mundial. Em 2011, tinha 39 anos. Ao todo contam-se 11 títulos como o maior do planeta a exibir-se graciosa e magicamente em cima de uma prancha.

A caminhada foi tremenda e, embora se sinta um sortudo, não teve nada a ver com sorte. “Não me caiu no colo, trabalhei para caraças nos últimos 40 anos”, contou à Tribuna Expresso, em março, na véspera do MEO Pro Portugal, em Peniche.

E a fome mantém-se. A uma semana de cumprir o 51.º aniversário, Kelly Slater pisca o olho aos próximos Jogos Olímpicos, em Paris. “Esta será a minha oportunidade. Nos Jogos seguintes terei 55 anos. Na altura não vou estar no circuito”, disse agora, aqui citado pela “Marca”. “No entanto, também disse isso aos 40 anos…”

Em Tóquio, a estreia da modalidade nuns JO, o norte-americano foi suplente de John Florence e Kolohe Andino. Só há duas vagas, uma fórmula que se repete este ano. A temporada está em andamento, no Havai, com o Billabong Pro Pipeline, que Slater ganhou em 2022, temporada em que acabou em 15.º do ranking.

“Eu espero que eu ter ganhado em Pipeline tenha inspirado as pessoas a pensarem: Holly shit, ele tem 50 anos. Eu posso fazer isto Porque não?”, disse na tal entrevista à Tribuna Expresso.

Já não falta assim tanto para o MEO Portugal Pro, agendado para 8-16 de março. A partir de agora tudo conta para a corrida a Paris 2024.

“Se conseguir entrar nessa equipa olímpica, tenho uma boa oportunidade de ganhar uma medalha”, imagina.

  • Entrevista a Kelly Slater: “Isto não me caiu no colo, trabalhei para caraças. Espero ter inspirado as pessoas a pensarem: ‘Holy shit, ele tem 50 anos. Eu posso fazer isto!’. E porque não?”
    Surf

    Na véspera do arranque do MEO Pro Portugal, em Peniche, onde se realiza a terceira etapa do circuito mundial de surf, falámos com Kelly Slater sobre o que ainda o move aos 50 anos e como “nunca” foi “uma pessoa que pensa que não é possível fazer alguma coisa”. Sobre a vitória em Pipeline, a dias de completar o meio século de existência, diz que “soube como se todas as coisas boas que fez na vida se juntassem, como um pináculo”. E revelou que, provavelmente, este será mesmo a sua última temporada a competir

  • De onde vieste, Kelly Slater 🐐?
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    São três décadas de carreira, 11 títulos mundiais, 56 vitórias em etapas e tanto mais em Kelly Slater que tornam apropriado o uso da expressão G.O.A.T. (Greatest Of All Time) para o definir no surf. O americano, que ainda compete e há menos de uma semana voltou a ganhar em Pipeline, faz 50 anos e falámos com quem se cruzou com ele ao longo do seu meio século de lenda em curso. Com histórias de uma ida a um restaurante na Figueira da Foz e um pedaço de chocolate que o pôs aos berros em Peniche