As claques Juventude Leonina e o Diretivo XXI foram suspensas pela direção Sporting. O clube decidiu não renovar as licenças com as duas claques, que assim deixam de receber apoio monetário e saem da lista da Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto como grupos organizados de adeptos (GOA). "O registo desses GOA foi suspenso por comunicação oficial do Sporting à Autoridade, conforme prevê a Lei. Enquanto durar a suspensão os GOA em causa não podem beneficiar de quaisquer apoios dos promotores", revela ao Expresso uma fonte próxima do processo.
A comunicação do Sporting foi feita à Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto para ter efeitos a 30 de outubro, apurou o Expresso.
Pelo contrário, a Torcida Verde e as Brigadas Ultra continuam a estar na lista de claques reconhecidas pelo Governo.
Tal como o Expresso escreveu este domingo, a Juventude Leonina e Diretivo XXI vão ser obrigadas a abandonar as suas sedes no interior do estádio de Alvalade até ao final desta semana. Os dirigentes destes dois grupos de adeptos terão já sido notificados para saírem das instalações nos próximos dias.
A Juventude Leonina está sediada na célebre ‘casinha’, um local cedido pela autarquia lisboeta ao clube, e o Diretivo XXI também tem a sede nas instalações de Alvalade. Estes são os locais onde nos últimos anos os ultras do Sporting se têm reunido em dias de jogos e armazenado o material de apoio, como tarjas, tambores ou bandeiras.
O Sporting já tinha feito o aviso de despejo há mais de duas semanas, mas ainda não tinha sido determinada uma data, pelo menos publicamente.
As relações entre a direção de Frederico Varandas e estes dois grupos de adeptos têm-se deteriorado de dia para dia, principalmente desde os incidentes e cânticos no pavilhão João Rocha durante um jogo de futsal, há cerca de três semanas. O carro de um dirigente leonino foi mesmo vandalizado na sequência dos protestos.
Varandas retirou alguns dos privilégios que eram até há pouco tempo dados como adquiridos pelas duas claques, como a oferta de bilhetes para os jogos de futebol.
O fim dos protocolos gerou uma onda de protestos entre dirigentes da Juventude Leonina e do Diretivo XXI que acusam o presidente do clube de estar a realizar uma gestão desastrosa.
Durante e depois dos jogos é possível ouvir cânticos anti-Varandas provenientes sobretudo da bancada superior Sul, onde habitualmente se sentam as claques verde-e-brancas.
Num discurso realizado há poucos dias, o presidente do Sporting acusou as claques de servirem de “guardas pretorianas” para fazerem o trabalho sujo a uma determinada direção.
Declarações que levaram a Juventude Leonina emitir mais um comunicado contra o número um do clube, garantindo que o presidente “mente descaradamente” e que esta claque “não é subserviente de nenhum presidente”.