É redutor dizer que a final do campeonato nacional de râguebi foi disputada até ao último minuto. Na verdade, foi muito além disso. Quando o tempo acabou, o Belenenses estava a perder por dois pontos. Os 80 minutos de jogo dilataram-se durante mais sete. Foi, literalmente, até aos azuis marcarem e conquistarem o nono título do palmarés.
Os jogos da modalidade da partilha da amêndoa, com uns contactos valentes pelo meio, têm a particularidade de serem disputados até que literalmente o último lance do encontro termine. A chamada bola de jogo demorou. O râguebi tem como objetivo conquistar terreno e o Belenenses, milímetro a milímetro, construiu um império. A equipa treinada por João Mirra, também membro do staff técnico da seleção nacional, atacava sabendo que, se cometesse um erro, o jogo terminava ali. Ao mesmo tempo, aguardava que a Agronomia, adversário no duelo decisivo, cedesse em algum momento.
A brutalidade do râguebi foi posta em pausa. Os instantes derradeiros jogaram-se a passo para diminuir a probabilidade de existirem falhas. Nesse pára-arranca que durou 32 fases, o internacional português José Lima, a representar a Agronomia, teve uma falha defensiva que valeu uma penalidade ao Belenenses. João Freudenthal, o jogador responsável pela conversão, sabia que o jogo terminava depois daquele chuto.
Se marcasse, o Belenenses era campeão.
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