As tendências não ganham jogos, mas não devemos ignorá-las. Ajudam a explicar a cultura das rivalidades. Olhando especificamente para o historial de Sérgio Conceição nas visitas à Luz, há dois pontos que se destacam: a superioridade tática, que começa na identificação dos pontos fortes e fracos do Benfica, e a capacidade de intimidar o adversário. O Porto entra para competir ao máximo nível, não tremendo perante a adversidade. Muito se discute sobre se a inferioridade da equipa de Schmidt foi tática ou mental. Ambas as coisas.
Na preparação do jogo, a tarefa de Conceição era claríssima. Só a vitória interessava. Não surpreendeu, portanto, um Porto altamente pressionante desde o início. A inteligência tática de Otávio voltou a revelar-se determinante, num papel de segundo avançado e de terceiro médio que tão bem desempenha em partidas de exigência alta. Schmidt costuma pedir a Chiquinho para lateralizar sobre a esquerda, pegando na construção, mas nunca houve facilidades. O internacional português acompanhava-o e, do outro lado, Galeno fechava a posição para condicionar António Silva. Uribe adiantava-se na pressão e Grujic, como explicou o treinador portista no pós-jogo, ficava em cobertura e preparava-se para os duelos num jogo direto ou de disputa pela segunda bola. Mandou no meio-campo durante a primeira parte, acrescentando também ao nível da distribuição e participando no golo do empate.
Só o FC Porto foi igual a si próprio
Era claríssimo: apenas a vitória interessava à equipa de Sérgio Conceição. E, mais uma vez, o treinador injetou força mental e superioridade tática nos dragões para o clássico se jogar como ele planeou, analisa Tomás da Cunha, notando como a revolução da mentalidade perante os rivais a ser operada por Roger Schmidt no Benfica ainda carece de afirmação
08.04.2023 às 13h45
ANTONIO COTRIM/LUSA
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