Manuel Neuer, guarda-redes e capitão da seleção da Alemanha, anunciou que irá utilizar uma braçadeira com o arco-íris e as palavras “1 Love” na primeira partida da sua seleção no Mundial do Catar. A Alemanha irá jogar, no grupo E, contra o Japão, na quarta-feira.
O uso do símbolo contra a homofobia faz parte de uma campanha protagonizada por várias seleções europeias. Países Baixos, Alemanha, Bélgica, Dinamarca, França, Inglaterra, País de Gales e Suíça anunciaram, em setembro, o seu apoio à iniciativa — também a Noruega e a Suécia se manifestaram a favor, mas estas duas equipas não se qualificaram para o Catar.
Entretanto, Hugo Lloris, capitão de França, recusou-se a usar a braçadeira.
Numa conferência de imprensa realizada no estágio da seleção alemã, Neuer, campeão do mundo em 2014, confirmou que utilizará a braçadeira e acrescentou que “haverá mais equipas” a juntarem-se à iniciativa. O guardião garantiu ter “o apoio total da Federação” do seu país, não “tendo medo”.
Nos últimos dias, surgiram algumas informações que apontavam a possibilidade de a FIFA proibir a utilização destas braçadeiras. Um embaixador do Mundial classificou a homossexualidade como “distúrbio mental” e disse que os “gays” que forem ao Catar “terão de aceitar as regras”.
Oliver Bierhoff, team manager da seleção alemã, diz que a FIFA “ainda não tomou uma posição clara” quanto ao uso das braçadeiras. “Assumimos que poderemos continuar a usá-las”, comentou o antigo avançado.
Antecipando-se a possíveis penalizações da FIFA, Bernd Neuendorf, presidente da Federação Alemã de Futebol, garantiu estar “disposto a pagar pessoalmente” uma eventual multa que seja aplicada à seleção tetracampeã do mundo por participar na campanha.
No Catar, relações entre pessoas do mesmo sexo são criminalizadas. Em novembro de 2021, a Human Rights Watch denunciou que as autoridades do país procuram e detêm pessoas LGBTQ+ com base na sua atividade na internet. As autoridades “excluem conteúdo LGBTQ+ do espaço público”, indica a Human Rights Watch.
Manuel Neuer sublinhou ainda que “o poder que o uso da braçadeira tem” será tanto maior quanto mais países a usarem: “Outras seleções europeias irão participar e é bom que o façamos juntos”, disse o jogador do Bayern Munique.