O conselho da World Athletics votou a favor da exclusão da participação de atletas trans em provas femininas. A medida, que entrará em vigor a 31 de março, aplica-se a quem tenha feito a transição de homem para mulher depois da puberdade. Foi, também, decidido que só atletas que registem até 2,5 nanomoles por litro de sangue durante os dois anos anteriores à prova em causa serão autorizadas a competir com atletas femininas cis, numa redução para metade do valor anteriormente permitido.
Sebastian Coe, presidente da entidade máxima do atletismo a nível mundial, explicou que a exclusão “protege a categoria feminina do nosso desporto”. No entanto, irá continuar a haver um grupo de estudo sobre o tema. “Não estamos a dizer ‘não’ para sempre”, garante Coe.
O presidente da World Athletics disse que a proibição surge depois de terem sido consultadas “mais de 40 federações, atletas, treinadores e grupos trans, especialistas da ONU ou o Comité Olímpico Internacional”. Em janeiro, a Federação Portuguesa de Atletismo confirmou à Tribuna Expresso ter sido sondada quanto ao que era então uma possibilidade de aperto, agora convertida em realidade.
A primeira grande federação internacional a legislar sobre a participação de atletas trans foi a natação, em junho de 2022. Também aí a decisão foi de barrar a presença a quem tenha feito a transição depois da puberdade masculina.
Russos e bielorrussos mantêm-se de fora
A World Athletics pronunciou-se, também, quanto à exclusão de atletas da Rússia e Bielorrússia, em vigor desde a invasão do país de Vladimir Putin à Ucrânia. A entidade decidiu manter este impedimento “durante o futuro próximo devido à guerra a decorrer na Ucrânia”, comunicou Sebastien Coe.
Segundo o “The Guardian”, o Comité Olímpico Internacional está a estudar possibilidades de permitir que atletas russos e bielorrussos possam competir nos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris, como neutrais, sem a bandeira de nenhum dos países.