Exclusivo

Modalidades

A World Athletics sondou a Federação Portuguesa de Atletismo sobre aperto às regras de acesso de atletas trans a provas femininas

A World Athletics sondou a Federação Portuguesa de Atletismo sobre aperto às regras de acesso de atletas trans a provas femininas
Patrick Smith/Getty
A entidade que regula o atletismo a nível mundial quererá aprovar, em março, alterações que visam restringir ainda mais os critérios de elegibilidade para atletas trans competirem em provas femininas, um tema “premente, controverso e atual” sobre o qual a Federação Portuguesa de Atletismo confirmou à Tribuna Expresso ter sido contactada pela World Athletics. Tanto a federação como o Comité Olímpico de Portugal afirmam nunca terem recebido qualquer pedido ou contacto da parte de um atleta trans no país

As águas foram agitadas, em junho do ano passado, pela Federação Internacional de Natação (FINA), quando anunciou novos critérios para atletas transexuais participarem nas suas provas: apenas as nadadoras que não tiverem passado pela fase 2 de Tanner (escala científica para aferir a maturação sexual e desenvolvimento corporal, assente na pilosidade e tamanho dos órgãos genitais) ou pela puberdade masculina antes dos 12 anos poderão competir contra mulheres cis.

Era a primeira das entidades reguladoras de uma modalidade a agir no vazio de indefinição deixado pelo Comité Olímpico Internacional desde novembro de 2021, quando publicou uma diretiva de seu nome “Justiça, Inclusão e Não Discriminação com Base na Identidade de Género e Variações de Sexo”, com a intenção de servir apenas de “orientação”. À natação seguir-se-ia o triatlo, que criou uma categoria à parte. O esperado era que as cúpulas de outras modalidades seguissem toadas semelhantes, incluindo a do atletismo.

Mas, no raiar de 2023, a casa-forte do atletismo que abarca uma vastidão de modalidades e pode ser encarada como a espinha dorsal do desporto olímpico não será tão drástica como quem manda na natação. A Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) confirmou à Tribuna Expresso ter sido consultada pela World Athletics sobre este “tema premente, controverso e atual” e sua intenção: impor que só as atletas que registem até 2,5 nanomoles por litro de sangue durante os dois anos anteriores à prova em causa serão autorizadas a competir com atletas femininas.

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: dpombo@expresso.impresa.pt