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Crónica

O pato que não inventava

Este Ricardo não tinha nenhum talento para o futebol e, pior do que isso, pelo menos para nós, não demonstrava qualquer interesse por futebol. Não era o último a ser escolhido para as equipas. Só era escolhido quando não havia mais ninguém

Era um patinho feio. Um patinho feio e coxo e torto e corcunda. Um pato corcunda, imaginem, um pato literalmente marreco. Ele era assim. Estou aqui a pensar que nome lhe hei de dar para não revelar a sua verdadeira identidade. É que o nome dele é bastante identificável. João seria um bom nome, em homenagem aos “joões” fintados pelo Garrincha. Só que o talento dele não chegava sequer para ser um “João”. Zé? Sim, podia ser um Zé Ninguém numa época em que todos éramos ninguéns, mas mesmo assim não lhe faria justiça. Chamemos-lhe Ricardo (Ricardo era um nome muito comum, para não dizer banal, na altura).

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