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Crónica

Picassos a pintar paredes

Apesar das mudanças, das cinco vitórias em cinco jogos de apuramento para o Europeu, dos 15 golos marcados e zero sofridos, Bruno Vieira Amaral continua à espera do futebol “bonito, fliudo e eficaz” da seleção nacional agora treinada por Roberto Martínez, que, tal como outros treinadores, gere “um conjunto esforçado de jogadores talentosos, um conjunto atabalhoado de jogadores elegantes”

Mudámos de treinador, de sistema tático, abrimos as janelas para que o ar corresse pela casa e após cinco vitórias em cinco jogos de apuramento para o Europeu, com quinze golos marcados e nenhum sofrido continuamos à espera do futebol bonito, fluido e eficaz, que seria de esperar de um conjunto de jogadores com inegável talento, conhecimento tático e sem aquele complexo de inferioridade física e cultural que, durante tantos anos, foi a sina do nosso futebol.

Discute-se a inclusão deste ou daquele jogador, com o argumento explícito do momento de forma e o mais envergonhado da pertença clubística, fala-se da preponderância de um agente na hora de elaborar a convocatória, mas tudo isso ficaria arrumado na gaveta das discussões especulativas se a seleção jogasse como equipa ao nível da qualidade dos jogadores que a compõem. Podemos achar que seriam justas as chamadas de Paulinho, Pedro Gonçalves ou Mário Rui, e que essa justiça faz parte das obrigações de um selecionador, com o seu quê de juiz, mas também sabemos que a eventual presença dos agora proscritos não resolveria o problema deste futebol mínimo, que não entusiasma nem apaixona.

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