Em janeiro de 2020, com apenas 29 anos, Caroline Wozniacki colocou um ponto final na carreira do ténis. Na cabeça dela, não era um “até já”, um ponto e vírgula, mas um claro e definitivo adeus.
Em junho de 2021, teve uma filha e, em outubro do ano seguinte, um filho. E foi em família, juntamente com o marido, David Lee, antigo jogador da NBA, que tomou a decisão de regressar aos courts.
Em entrevista à “Vogue”, a dinamarquesa, de 32 anos — fará 33 a 11 de julho — revelou que vai voltar à competição já em agosto, no Masters 1.000 do Canadá, em Montreal, torneio que lhe irá dar um wild card. O US Open, torneio onde Wozniacki foi finalista em 2009 e 2014, já anunciou que também lhe dará um convite para participar na edição de 2023, que começará a 28 de agosto.
Antiga número um do ranking WTA, Wozniacki ganhou 30 títulos no circuito profissional feminino e é a sétima mulher da história que arrecadou mais dinheiro em prémios monetários. O seu maior feito foi o triunfo no Open da Austrália, em 2018. Em Roland-Garros chegou aos quartos-de-final em 2010 e 2017 e em Wimbledon nunca foi além da quarta ronda.
“Se estou nervosa? Não propriamente. Regresso a algo que amo”, disse a dinamarquesa à “Vogue”. Wozniacki acredita que pode ganhar torneios do Grand Slam, sendo essa a razão pela qual dá meia-volta na decisão tomada em 2020, já que se define como “demasiado competitiva” para não estar à altura das melhores.
Os dois filhos foram centrais neste regresso. A antiga líder da hierarquia mundial diz que lhes quer “mostrar” que se podem “atingir sonhos” independentemente da “idade”. E quer usar este retorno aos courts para causar impacto na relação entre a maternidade e as desportistas: “A maioria dos homens não têm de ser retirar para terem uma família. O Roger [Federer] tinha quatro filhos e continuava a jogar, o Novak [Djokovic] tem dois, o Rafa [Nadal] tem um, o [Andy] Murray tem quatro. Para as mulheres, no entanto, ou jogas ou és mãe e eu quero ser parte da mudança nisto. A Victoria Azarenka, a Kim Clijsters ou a Serena Williams já mostraram o que é preciso para ter um filho e voltar ao circuito”.
A família é, também, citada quando Wozniacki é questionada sobre a duração desta segunda fase da carreira: “Não sei quando tempo competirei, mas sei que, daqui a cinco anos, quando as crianças estiverem na escola, será demasiado tarde”.
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