Ténis

Após mais de três anos retirada, Caroline Wozniacki volta ao ténis para ganhar e “ser parte da mudança” de mentalidades quanto à maternidade

Após mais de três anos retirada, Caroline Wozniacki volta ao ténis para ganhar e “ser parte da mudança” de mentalidades quanto à maternidade
Mike Stobe/Getty
A dinamarquesa, antiga número um mundial e vencedora do Open da Austrália, deixou a competição aos 29 anos, mas anunciou que regressará já em agosto, no Masters 1.000 do Canadá. Wozniacki acha que pode ganhar majors e pretende mostrar que é possível ser mãe e competir na elite do ténis
Após mais de três anos retirada, Caroline Wozniacki volta ao ténis para ganhar e “ser parte da mudança” de mentalidades quanto à maternidade

Pedro Barata

Jornalista

Em janeiro de 2020, com apenas 29 anos, Caroline Wozniacki colocou um ponto final na carreira do ténis. Na cabeça dela, não era um “até já”, um ponto e vírgula, mas um claro e definitivo adeus.

Em junho de 2021, teve uma filha e, em outubro do ano seguinte, um filho. E foi em família, juntamente com o marido, David Lee, antigo jogador da NBA, que tomou a decisão de regressar aos courts.

Em entrevista à “Vogue”, a dinamarquesa, de 32 anos — fará 33 a 11 de julho — revelou que vai voltar à competição já em agosto, no Masters 1.000 do Canadá, em Montreal, torneio que lhe irá dar um wild card. O US Open, torneio onde Wozniacki foi finalista em 2009 e 2014, já anunciou que também lhe dará um convite para participar na edição de 2023, que começará a 28 de agosto.

Antiga número um do ranking WTA, Wozniacki ganhou 30 títulos no circuito profissional feminino e é a sétima mulher da história que arrecadou mais dinheiro em prémios monetários. O seu maior feito foi o triunfo no Open da Austrália, em 2018. Em Roland-Garros chegou aos quartos-de-final em 2010 e 2017 e em Wimbledon nunca foi além da quarta ronda.

“Se estou nervosa? Não propriamente. Regresso a algo que amo”, disse a dinamarquesa à “Vogue”. Wozniacki acredita que pode ganhar torneios do Grand Slam, sendo essa a razão pela qual dá meia-volta na decisão tomada em 2020, já que se define como “demasiado competitiva” para não estar à altura das melhores.

Os dois filhos foram centrais neste regresso. A antiga líder da hierarquia mundial diz que lhes quer “mostrar” que se podem “atingir sonhos” independentemente da “idade”. E quer usar este retorno aos courts para causar impacto na relação entre a maternidade e as desportistas: “A maioria dos homens não têm de ser retirar para terem uma família. O Roger [Federer] tinha quatro filhos e continuava a jogar, o Novak [Djokovic] tem dois, o Rafa [Nadal] tem um, o [Andy] Murray tem quatro. Para as mulheres, no entanto, ou jogas ou és mãe e eu quero ser parte da mudança nisto. A Victoria Azarenka, a Kim Clijsters ou a Serena Williams já mostraram o que é preciso para ter um filho e voltar ao circuito”.

A família é, também, citada quando Wozniacki é questionada sobre a duração desta segunda fase da carreira: “Não sei quando tempo competirei, mas sei que, daqui a cinco anos, quando as crianças estiverem na escola, será demasiado tarde”.

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