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Pai de Djokovic junta-se a manifestantes pró-Putin no Open da Austrália com gritos de “longa vida à Rússia”

O nome Djokovic está envolvido em nova polémica. Contudo desta vez o protagonista não é o tenista sérvio, mas o seu pai, Srdjan Djokovic, que decidiu juntar-se às manifestações de apoio à Rússia que tiveram lugar durante o Open da Austrália. O torneio já enviou uma mensagem aos tenistas e famílias

Rita Meireles

DAVID GRAY

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Novak Djokovic e Andrey Rublev estavam a disputar os quartos de final do Open da Austrália quando um grupo de adeptos se manifestou a favor da Rússia e da invasão do país na Ucrânia. Quatro pessoas foram interrogadas e agora sabe-se que o grupo acabou por se cruzar com um rosto bem conhecido dos adeptos da modalidade.

O pai de Djokovic, Srdjan, foi filmado ao lado de apoiantes de Putin, o presidente russo, em Melbourne, algo que gerou controvérsia para o seu lado, mas, por associação, também para o lado do tenista sérvio.

A organização do primeiro major do ano já enviou uma mensagem a Djokovic e à sua família para que não se envolvam na promoção de causas políticas. Da parte do grupo onde estava Srdjan, ouviram-se cânticos pela Rússia e pela Sérvia e ergueu-se a bandeira com o rosto de Putin. O momento aconteceu logo após a vitória do nove vezes vencedor do torneio.

No início do vídeo, um homem surge a dizer: “Irmão Alexander Zaldostanov, enviamos as nossas saudações de Melbourne, na Austrália, aos nossos irmãos em Moscovo". A mensagem é enviada ao líder dos “Night Wolves”, um grupo de motards apoiantes da política do presidente russo, também conhecidos como “Putin’s Angels” (os Anjos de Putin). Logo a seguir fala o pai de Djokovic, que parece dizer “longa vida à Rússia”.

O autor deste vídeo também não é totalmente anónimo. As imagens foram publicadas no canal do Youtube de Simeon Boikov, um ativista pró-Rússia que está a ser procurado pela polícia australiana depois de alegadamente ter agredido um homem de 76 anos numa manifestação a favor da Ucrânia.

"Um pequeno grupo de pessoas exibiu bandeiras e símbolos inapropriados e ameaçou os seguranças após uma partida na quarta-feira à noite e foram expulsos”, informou a organização do Open da Austrália. "Os jogadores e as suas equipas foram informados e relembrados da política do evento relativamente a bandeiras e símbolos e para evitarem qualquer situação que tenha o potencial de perturbar. Continuamos a trabalhar em estreita colaboração com as agências de segurança e de aplicação da lei''.

Confrontados com esta situação, outros torneios de ténis começam também a mostrar alguma preocupação. De acordo com o “The Telegraph”, Wimbledon deverá reforçar a segurança no torneio deste ano para evitar uma repetição das manifestações pró-Rússia do Open da Austrália.

Ainda assim, sabe-se que há pormenores que dificilmente serão detetadas pelas forças de segurança. Basta olhar para o torneio australiano. O mesmo adepto que entrou no recinto com uma t-shirt branca com o nome de Djokovic, passado uns minutos estava a mostrar a t-shirt preta que tinha por baixo com a letra “Z”, um dos símbolos de apoio na Rússia à guerra na Ucrânia.