Desde que a Agência Internacional de Integridade do Ténis (ITIA) divulgou, na passada sexta-feira, o resultado positivo a um teste antidoping feito por Simona Halep durante o US Open, o mundo do ténis tem reagido com incredulidade através das redes sociais. Rennae Stubbs, antiga número 1 mundial e vencedora de seis majors, foi uma delas: “Não consigo acreditar. Sei que não conheço todas as circunstâncias, mas ela simplesmente não é essa pessoa”, escreveu no Twitter.
Quem também não pensou duas vezes na hora de sair em defesa da atleta foi alguém que conhece de perto Halep e a sua carreira na modalidade: Darren Cahill, o treinador australiano que fez parte de algumas das maiores conquistas da tenista.
Cahill garantiu, numa publicação no Instagram, que não existe forma de a jogadora ter tomado a substância encontrada nas análises de forma consciente, insistindo que a sua "integridade é irrepreensível".
O teste de Halep deu positivo para a substância proibida Roxadustat, naquele que é o caso de doping de maior destaque no ténis feminino desde Maria Sharapova no Open da Austrália de 2016. A romena, duas vezes campeã em torneios do Grand Slam, jurou limpar o seu nome, garantindo que este será o jogo mais difícil da sua vida: “A luta pela verdade”.
“Ela é uma atleta que fica em stress com qualquer coisa que lhe tenha sido prescrita por um profissional médico (que raramente acontece), ou com qualquer suplemento que tenha utilizado ou considerado. A Simona esgotou as palavras 'por favor, verifica duas vezes isto, verifica três vezes isto para ter a certeza de que é legal, seguro e permitido. Se não tiveres a certeza, eu não a tomo'”, escreveu Cahill.
O treinador, que guiou a tenista até ao primeiro lugar do ranking mundial e ao seu triunfo em Roland Garros (2018), descreveu também a forma como Halep sempre olhou para as rotinas de testagem: "Ambos acreditamos no programa de testes da ITIA e discutimos frequentemente o número de vezes que ela foi testada, tanto em torneios como de forma aleatória. Ela fê-lo sem queixas, com a garantia de saber que outros atletas estavam a ser testados com a mesma frequência. Competir contra atletas limpos era importante para ela”.
"A integridade da Simona é irrepreensível, ela respeita os seus pares, adora o jogo e tem sempre os pés bem assentes no chão como uma campeã humilde e acessível. Acredito nela. Eu estou com a Simo", concluiu.
A parceria de Halep com Cahill, que durou seis anos, terminou no ano passado e desde então a atleta de 31 anos tem trabalhado com Patrick Mouratoglou. O atual treinador também está ao lado da tenista, embora tenha sido bem mais parco em palavras: "Eu apoio-te a 100% nesta luta, Simona. Até ao fim".