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“Não estou vacinado e não planeio ser vacinado”. Novak Djokovic espera que as regras mudem para poder jogar o Open dos Estados Unidos

Depois de bater o enfant terrible do ténis, Nick Kyrgios, e assegurar o quarto título consecutivo nos relvados do All England Club, Djokovic garantiu que permanece convicto em não se vacinar contra a covid-19 e que pretende participar no Open dos Estados Unidos, se as regras entretanto o permitirem. Para já, todos os estrangeiros não vacinados não têm permissão para entrar no país

Expresso

ADRIAN DENNIS/Getty

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Novak Djokovic venceu Wimbledon pela quarta vez consecutiva, depois de bater o australiano Nick Kyrgios, considerado o enfant terrible do ténis mundial. No fim, o sérvio reiterou a convicção há muito deixada clara: “Não estou vacinado e não planeio ser vacinado”. Djokovic, que se viu envolvido em polémica no último Open da Austrália, precisamente por rejeitar a vacina contra a covid-19, o que levou a que fosse deportado do país, espera que as regras mudem e que possa participar no Open dos Estados Unidos, em agosto.

“As únicas boas notícias que posso ter é se eles removerem a obrigatoriedade de se ser vacinado para entrar nos Estados Unidos ou então uma isenção. Se vou participar brevemente nalgum torneio? O certo é que vou descansar nas próximas semanas porque tem sido um período desgastante e exigente para mim”, disse o sérvio, acrescentando: “Depois vou esperar boas notícias dos Estados Unidos porque adorava lá ir”.

Mas entre o esperar e o acreditar vai um longo caminho e o sérvio não parece muito confiante quanto à presença no último torneio do Grand Slam do calendário. “Não acho que uma isenção seja realisticamente possível”.

O ex-número um do mundo tornou-se apenas o quarto homem a vencer quatro vezes seguidas o torneio de Wimbledon na era Open. Djokovic admitiu que a vitória contra Kyrgios veio como uma espécie de “alívio”, particularmente depois dos problemas que culminaram na sua deportação da Austrália. “Historicamente, Wiimbledon sempre surgiu em momentos importantes da minha vida e da minha carreira. [Por exemplo], em 2018, quando comecei o ano com a cirurgia ao cotovelo”, confessou Novak.

“Já o disse muitas vezes: este torneio é muito especial para mim, porque foi o primeiro que vi em miúdo que me fez começar a jogar ténis”, contou o sérvio, que explicou ainda: “Quanto mais vences, logicamente mais confiante ficas, mais confortável te sentes da próxima vez que entras no court. Por isso, a ‘corrida’ continua e eu sinto-me muito ligado a este court e a este torneio, sem dúvida”.

O treinador de Novak Djokovic é Goran Ivanisevic, ele próprio finalista de Wimbledon por quatro vezes, uma delas com sucesso, em 2001. O croata nunca teve dúvidas de que o seu pupilo iria recuperar da desilusão na Austrália. “Algumas pessoas não recuperam, nunca mais jogam ténis. Foi um grande choque para mim, imaginem para ele. Para mim é heróico, porque não é fácil digerir e voltar a jogar ténis. Não há dúvidas sobre pessoas como ele, é um grande campeão”.