Depois de uma partida de ténis épica, a testar a resistência do seu corpo e da mente após a paragem de um ano, devido a lesão, Serena Williams foi questionada acerca do futuro. A norte-americana acabava de ser derrotada pela francesa Harmony Tan em três sets em Wimbledon com parciais de 7-5, 1-6 e 7-6 (10-7), num encontro em que a antiga número 1 do mundo chegou a servir para avançar para a 2.ª ronda.
Aos 40 anos, Serena não tem a certeza de voltar ao All England Club, mas garante que o duelo de terça à noite a motivou para disputar mais torneios do Grand Slam no futuro. A vencedora de sete troféus de Wimbledon persegue o recorde de Margaret Court, com 24 títulos major, em singulares, e não quer que a derrota com Tan seja a memória final de um court onde já teve tanto sucesso. “Vocês conhecem-me. Não, definitivamente não”, disse Williams.
Sobre a partida, Serena disse: “Dei tudo o que podia. Talvez amanhã eu conseguisse dar mais. (…) Mas hoje foi o que pude fazer. A certa altura, tens de te sentir bem com isso”. Foi há quase um ano que Serena Williams deixou o corte central de Wimbledon a coxear e de lágrimas nos olhos, sem saber muito bem o que viria. Já em 2022, a lenda do ténis admitiu que teve dúvidas sobre o seu futuro na modalidade que a coroou.
Este mês, Serena tinha regressado aos courts ao lado de Ons Jabeur, na competição de pares de Eastbourne. Agora, segue-se o regresso a casa, para jogar o Open dos Estados Unidos, que começa no final de agosto. “Quando estás em casa, especialmente em Nova Iorque, onde venci o meu primeiro Grand Slam, é sempre especial. Há sempre motivação para melhorar”, disse a tenista, já depois da derrota com Tan.
A irmã mais nova de Venus Williams mostrou-se exausta, mas com vontade de treinar. O ano de paragem colocou Serena no lugar 1.204 do ranking WTA, mas isso nada significa em relação ao espírito combativo que sempre demonstrou. Na terça à noite, a tenista fez questão de garantir que se sentiu bem fisicamente, apesar de alguns momentos menos positivos: “Nos últimos pontos, estava a sofrer, mas penso que tens de querer ganhar aqueles pontos-chave. Se jogares semana sim, semana não, ou a cada três ou quatro semanas, há um pouco mais de resistência. Tenho de pensar que, se eu estivesse a disputar partidas [regularmente], não teria falhado alguns daqueles pontos”.