A reviravolta incompleta de João Sousa e a ineficácia de Nuno Borges deixam Wimbledon sem portugueses
Os dois tenistas nacionais que disputaram o quadro principal do Grand Slam britânico foram derrotados na eliminatória inaugural. Sousa recuperou de uma desvantagem de 2-0 contra Gasquet, mas foi batido na quinta partida, enquanto Borges caiu em três sets contra McDonald
28.06.2022 às 17h02
Justin Setterfield/Getty
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Já não há portugueses no torneio de singulares de Wimbledon. João Sousa e Nuno Borges, os dois tenistas nacionais no terceiro Grand Slam de 2022, foram derrotados, respetivamente, por Richard Gasquet e Mackenzie McDonald. A participação portuguesa em Londres fica, assim, reduzida à competição de pares, na qual Nuno Borges fará a sua habitual dupla com Francisco Cabral.
O primeiro a entrar em ação foi o número um nacional, e 60.º do mundo, João Sousa, em campo no quadro principal de Wimbledon pela oitava vez. O embate contra Richard Gasquet, 69.º da hierarquia — já foi sétimo — , foi repleto de altos e baixos para o vimaranense, que acabou derrotado, após três horas e 27 minutos, por 7-6 (7), 6-2, 4-6, 4-6 e 6-3.
O set inaugural foi equilibrado, com Sousa a ter um set point com 6-6 no marcador. Gasquet salvou-se, tal como sucederia, também, noutra ocasião no desempate, o qual cairia para o lado do francês.
Na segunda partida o nível do vimaranense afundou-se. Acumulando erros, João Sousa começou a gesticular, a dialogar com o árbitro, a queixar-se desesperadamente na direção do seu treinador Frederico Marques, sentado a poucos metros de si.
"Eu não consigo servir", "não consigo jogar", "estava a dar uma aula de ténis e a partir do momento em que ele ganha o primeiro set deixo de conseguir jogar", foram algumas das lamentações ouvidas. O 6-2 com que Gasquet selou a vitória no segundo parcial deu corpo aos momentos de maior desequilíbrio do duelo.
Justin Setterfield/Getty
Depois da crise que o seu ténis sofreu, João Sousa elevou o nível na terceira partida. O português focou-se, ganhou consistência, afinou a direita e, sólido no seu saque, conseguiu reduzir para 2-1, primeiro, e 2-2, depois, sem ceder qualquer jogo de serviço.
No set decisivo, Gasquet fez jus aos seus pergaminhos de antigo semi-finalista de Wimbledon em duas ocasiões. Com maior variabilidade tática que Sousa e ainda capaz de, aos 36 anos, exibir uma das mais belas esquerdas a uma mão do circuito, o gaulês quebrou o serviço de João Sousa e não mais saiu da frente do marcador, resolvendo a eliminatória logo ao primeiro match point.
Noutro dos courts secundários do All England Club, Nuno Borges (123.º do ranking), em estreia em Wimbledon, perdeu em três partidas, por 6-4, 6-4 e 7-6 (3), contra o norte-americano Mackenzie McDonald (55.º). Num duelo quase sempre equilibrado, a diferença esteve na eficácia nos pontos para quebrar o serviço, dado que o português teve oito oportunidades para ganhar jogos de serviço do seu adversário, mas não aproveitou nenhuma.
Estando na primeira ronda como lucky loser, devido ao positivo à covid-19 de Marin Cilic, o maiato conseguiu apresentar o seu estilo sereno, com um serviço sólido. No entanto, a sua incapacidade em aproveitar os break points deixou-o à mercê do norte-americano, ao qual bastou quebrar o serviço do português nos dois parciais inaugurais e, depois, ser mais consistente no tiebreak para vencer.
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