A visão que tem do que se está a passar no Sporting
"São simples e claras. Chegou a um ponto em que me sinto confortável em que posso fazer parte de uma estrutura responsável por tudo o que se passa no grupo. Perante uma degradação de valores que norteiam o Sporting, sinto o clube completamente partido, praticamente ninguém resistiu. Um corte na harmonia que tem de haver entre adeptos e profissionais chegou a um extremo. No último jogo, em pleno Jamor, assisti a um corte inclusivamente entre os próprios adeptos."
Há que recuperar a dignidade do clube e já não tenho condições para fazer parte [da estrutura]."
Qual é o seu plano?
"Vamos por partes. Primeiro, candidatar-me. Neste momento não há eleições marcados, neste momento há que dar voz aos sócios do Sporting. Se entendermos que o caminho é eleições, então sim, assumo a liderança do projeto. Quanto aos jogadores, não lhe sei dizer. Não sei se há rescisões ou se há jogadores que já entregaram, e outros não. Uma coisa tenho a certeza - se há pessoa que pode reverter a situação, sou eu."
Tem falado com os jogadores?
"Não tenho tido contacto com os jogadores. Óbvio que havia proximidade entre o departamento médico e os jogadores. Mas, neste momento, não tem havido contacto. A função do Sporting é criar condições para retirar o melhor dos profissionais para eles ajudarem o clube. Fiz o meu melhor e criou-se uma relação de confiança e de respeito.
A minha vida sempre foi pautada por gerir pessoas e sinto que as pessoas me respeitem. É importante que jogadores de futebol, funcionários, porteiro e tratador de relva tenham respeito pelo Sporting."
O clube que está "doente"
Gosto muito do Sporting, é o meu lado irracional, mas não há nada que faça na vida sem ter os pés assentes na terra. Quando parto para este projeto é porque tenho a certeza que consigo reabilitar o Sporting, porque o Sporting está doente."
Quer ouvir os sócios
"Não vale a pena olhar para adversários enquanto lutamos entre nós. Tem primeiro que haver paz e agregar todos os sportinguistas. Não sei se vou ser o rosto da oposição. O que digo é que, se houver eleições, vou liderar um projeto porque sei quais são os valores do Sporting e consigo cumpri-los. Nada disto se faz sozinho e terei uma equipa muito forte. A única coisa que peço neste momento é que se dê voz aos sócios do Sporting. A riqueza do Sporting está nos sócios."
Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: tribuna@expresso.impresa.pt