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Pinto da Costa: “Não sei se, para Vieira, será bom ter como apoiante o responsável pela destruição e falência dos clubes portugueses”

O presidente do FC Porto falou ao jornal “O Jogo” sobre a recente polémica do envolvimento de António Costa na comissão de honra da recandidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica

Tribuna Expresso

JOSÉ COELHO

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Pinto da Costa considera que os políticos estão bem presentes no futebol. Irónico, como habitual, o presidente dos Dragões refere a seleção nacional: “o povo português, que a ama, não pode estar presente, mas o Presidente da República, o primeiro-ministro e alguns ministros nunca perdem a oportunidade”. De acordo com o veterano dos dirigentes de clubes, a ausência de público nos estádios é “incompetência” do Governo e da Direção-Geral de Saúde. Pinto da Costa refere a autorização que foi dada para que se enchesse uma praça de touros, em Santarém, ou os recintos fechados lotados.

Quanto à promiscuidade no futebol, o presidente do FC Porto volta a ironizar: “Raramente vejo políticos no futebol, tirando no camarote presidencial do Estádio da Luz”. “Nalguns jogos, parece que está a haver uma reunião do Conselho de Ministros. Se há promiscuidade, não é propriamente no futebol. Só ali,” refere o dirigente cuja lista incluiu Rui Moreira, presidente da câmara do Porto, para além de vários deputados.

Pinto da Costa comenta ainda a afirmação de António Costa, que disse que o apoio não é dado na condição de governante, mas sim enquanto cidadão e benfiquista. “Compreendo que o faça, porque lhe dará popularidade, sabendo-se que Luís Filipe Vieira será, obviamente, reconduzido, mais do que pelos seus méritos, pela falta de qualidade dos opositores,” diz. “O que me parece é que, para Luís Filipe Vieira, não será benéfico ligar a sua candidatura ao apoio de António Costa. E explico: arrisca-se a que o António Costa fique na história como o homem que asfixiou os clubes de futebol e matou as outras modalidades.”

O presidente do FC Porto refere por fim os impostos cobrados no nosso país, mas especificamente os que afetam os espetáculos desportivos numa fase em que não há receitas pela venda de bilhetes. “O Governo não baixa, nem suspende parcialmente, os altos impostos que caem sobre os clubes. Ainda agora, a Itália baixou os impostos de 50% para 33%, justamente porque os clubes italianos enfrentam a mesma dificuldade. Por isso, repito: não sei se, para o candidato, será bom ter como apoiante o responsável pela destruição e falência dos clubes portugueses.”