FC Porto

Sérgio Conceição e Taremi: “Se eu sentisse que um jogador não estava comprometido, podia chamar-se Maradona, comigo não tinha hipótese”

Sérgio Conceição e Taremi: “Se eu sentisse que um jogador não estava comprometido, podia chamar-se Maradona, comigo não tinha hipótese”
LUIS FORRA/LUSA

Na antevisão ao jogo de sábado com o Estrela da Amadora (20h30, Sport TV1), o treinador do FC Porto exaltou-se a falar do iraniano, que estará de saída dos dragões, mas que continuará a ser opção: “Não basta ter contrato com o FC Porto, é preciso sentir o clube. E o Taremi tem sentido o clube, há que ter respeito”

Expresso

Estrela

“Foi a equipa, a par do Rio Ave, onde houve mais entradas de jogadores, que entraram diretamente na equipa. É uma equipa que não mudou muito nos seus princípios, mas tem jogadores com características diferentes, o que faz com que possa uma ou outra nuance. Não há jogos fáceis no nosso campeonato”

Título é miragem?

“Está mais difícil mas não é impossível. Aqui ninguém atira a toalha ao chão, ninguém desiste. Lembro-me que entrámos na Luz [na época passada] com a possibilidade de ficarmos a 13 pontos se perdêssemos, saímos de lá a 7 pontos, acabámos a 2 pontos e com um jogo mal perdido em casa frente ao Gil Vicente. Aqui ninguém desiste. O foco, a ambição é a mesma. As coisas estão mais difíceis, sabemos disso, mas estamos aqui até ao fim”

Ainda o jogo de Arouca e diferenças para o seu tempo

“Acho que foi o jogo com mais alta intensidade que tivemos. Falarmos do momento defensivo tem que ver forçosamente com o nosso processo ofensivo, a forma como atacamos, perceber que há passes que não podem errar, foi por aí. A atitude destes jogadores não mudou nada. No tempo em que eu era jogador havia pelo menos 15 jogadores que pertenciam à formação do FC Porto e que percebiam de uma forma mais fácil o que é FC Porto, o nosso clube, a nossa cidade, a nossa exigência e ambição. Agora é um bocadinho mais difícil mas isso não quer dizer que não tenha havido dedicação. Não entrámos da melhor forma, também por mérito do Arouca. Faltou-nos em alguns momentos discernimento com bola. Foi uma série de situações em que tivemos menos bem. Mas lembrar que aos oito minutos empatámos, há um penalti e depois na área contrária há um similar que não foi assinalado. E até aí tivemos três ou quatro ocasiões. O Arouca faz quatro remates à baliza e faz três golos, foram muito eficazes. Foi um jogo muito bem conseguido da parte do Arouca e um jogo menos conseguido nosso. Empatar e perder para nós não serve, mas daí ao que eu vi escrito e o avolumar de uma crítica a uma crise no FC Porto… para mim crise é corrupção desportiva, é ordenados em atraso, é violência nos estádios. Somos a única equipa portuguesa na Champions, estamos na luta pelo campeonato, um bocadinho atrás, bastante atrás dos outros, mas vamos lutar até ao último segundo, ninguém duvide disso. Há aqui uma equipa que ganhou um título este ano, que foi o SC Braga”

Testes médicos de Taremi cancelados

“Não faço parte do aeroporto, não sei se os aviões estavam ou não à espera. Aquilo que eu sei e sempre disse e está aí escrito num mural e que não basta ter contrato com o FC Porto, é preciso sentir o clube. E o Taremi tem sentido o clube, há que ter respeito. O Taremi tem contrato até junho e o jogador tem respeito pelo clube. É um jogador estrangeiro que está no top 3 dos melhores marcadores: tem o Jardel e o Jackson Martínez à frente dele. Está à frente do Hulk, com menos jogos. E as pessoas parece que às vezes se esquecem das quase 100 vezes que gritaram pelos golos do Taremi ou quase 50 assistências. Há que ter respeito pelo Taremi, trabalha aqui diariamente com afinco. Depois de não dormir a noite toda estava disponível para treino e ir para Arouca. Não vale de tudo para enxovalhar. Se eu sentisse que algum jogador não estava comprometido com o clube, podia chamar-se Maradona, se ele viesse cá à terra outra vez, não tinha hipótese nenhuma comigo. Enquanto trabalhar da forma como trabalha, é opção. A minha decisão em relação ao Taremi é igual aos outros e eu não emprenho pelos ouvidos. Estou aqui com as minhas ideias e as minhas convicções porque eu amo o FC Porto”

Auto-crítica?

“Sinto que posso trabalhar de forma diferente para que não aconteçam algumas coisas dentro do jogo que nos meta em dificuldades. Há os erros não forçados, um mau passe, uma perda de bola que não foi provocada por uma boa estratégia defensiva. Depois há situações mais estratégicas, devia alertar ainda mais para não sermos surpreendidos. Sou o líder da equipa e assumo essa derrota em Arouca, porque sou eu que os comando e lidero”

Estado anímico da equipa

“Eles percebem que não estamos num bom momento, não é normal empatar em casa com o Rio Ave, apesar do bom jogo, com muitas oportunidades. E em Arouca devíamos ter dado outra resposta. A vontade é muita para que chegue amanhã a hora do jogo para darmos a resposta que queremos dar, com o apoio de toda a gente. Os adeptos sabem que a equipa é jovem, que se dedica muito ao trabalho, que já fez coisas interessantes esta época, outras menos boas, mas que precisam de apoio. Isso é importante. Porque a nossa forma de trabalhar está lá, que ninguém duvide”

Jogo com Arsenal

“Numa das primeiras conferências que fiz, há seis anos e tal, que falavam que sempre um teste. Que ia apanhar uma equipa grande e era um teste, o primeiro jogo da Champions era um teste… eu ando sempre em testes. Gosto destes ciclos difíceis, são o que são. Temos o Estrela, estamos preocupados agora com o Estrela”

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