Importância do jogo
“Somos um dos três clubes com mais presenças nesta competição. Mas a importância que damos aos jogos é sempre a mesma. O encontro em Antuérpia é passado, serve de referência, tal como servem os três jogos que fizeram depois. Este encontro será diferente. Haverá momentos de jogo semelhantes ao que passámos na Bélgica, mas cabe-nos a nós levar o jogo para onde queremos”
Falta de eficácia
“O futebol é simples: fazer golos na baliza adversária e não deixar sofrer na nossa. Mas tive um episódio como treinador na Académica em que estava difícil marcar. Havia uma grande disponibilidade no treino, mas nos jogos não acontecia isto, os jogadores escondiam-se um bocadinho. O que é que achei? Que nos treinos deveria estar a fazer algo de errado, então durante dois ou três dias levávamos a bola para o campo, mas não tocavam na bola. Faziam movimentos, mas tudo sem bola. Ganhámos 3 ou 4-1 nesse fim-de-semana em que andámos a treinar sem bola. Em 70% dos exercícios que fazemos, há baliza, há finalização. Se calhar é fazer o contrário, tirar a baliza. De forma natural, o golo vai aparecer e as vitórias mais tranquilas também"
A que departamentos se referia depois do Estoril?
“Eu sou exigente, primeiro, comigo, mas com todos os departamentos, também. Falei nos lesionados porque, no momento, foi o que me veio à cabeça. Mas não era sobre o doutor Nélson Puga, o chefe do departamento clínico. Mas também sou exigente com o Carlos que dirige o departamento de análise e observação ou com o Rui na comunicação. Essa exigência existe aqui diariamente. Há coisas que se devem dizer no balneário? Eu sei que sim, também estive no balneário sentado a ouvir os treinadores. Mas, às vezes, por estratégia e liderança, acho que devo falar publicamente. Sou eu, assumo a responsabilidade. Não me venham cá com as redes sociais ou dizer que o departamento médico é que os mete a treinar ou jogar e não sei quê. Ando aqui há muitos anos, não necessito disso. E maior prova é que tive a possibilidade de sair num ano crítico. Podia ter saído de forma tranquila, mas não saí porque tenho um grandíssimo respeito pelo presidente e pela instituição. Não é pelo dinheiro que estou aqui"
Mudança de chip
“Não entendo o que é essa conversa da mudança de chip. Não estou a falar do tempo das vacas gordas, meias-gordas ou magras. Estou aqui há sete anos, nós trabalhamos com rigor e disciplina. Ando aqui, eu e os diferentes departamentos, para ganhar títulos. Trabalhamos sempre da mesma forma. Houve um jogo em que deveríamos ter sido mais competentes na finalização, houve erros, mas quando ganhámos também houve erros. Não há chip nenhum para mudar, esse chip está metido a partir do momento em que assinamos por este clube”
Poucos golos marcados
“Está relacionado com os adversários, com o posicionamento, com a forma como se organizam. Normalmente, defende-se de uma forma mais fácil e pode-se ser mais desorganizado com menos espaços. Quando uma equipa se expõe como nós nos expomos, é normal que os adversários tenham mais espaços. Nós atacamos segundo as características do adversário e as dos nossos jogadores. Se calhar na Liga dos Campeões encontramos os espaços que aqui não encontramos”
Que marcas deixou a derrota contra o Estoril?
“Depois do jogo contra o Estoril andei dois dias com a cabeça baixa, a olhar para o símbolo. Temos de baixar a cabeça, olhar para o símbolo e perceber o clube que representamos, a exigência que temos. São jogos que deixam mossa, sem dormir, dificuldade em ficar bem disposto. Transmito isso ao grupo, que se vai atenuando com o passar das horas. Custa, porque não sabemos qual o jogo decisivo para se perder o campeonato, que é o nosso principal objetivo. Não podemos perder pontos desta forma, como aconteceu com o Estoril. É passado, temos de olhar para ele como um exemplo, não o esquecer, mas lembrá-lo”
Há falta de qualidade no plantel?
“Não. Já falei do plantel. Os treinadores querem ter os melhores jogadores do mundo, porque são eles que vão lá para dentro e ganham jogos. Já falei das vacas gordas, meias-gordas e magras. Não precisamos de olhar muito para trás, por exemplo para o meu primeiro ano, e ver quem fomos perdendo. Mas não somos só nós, a capacidade financeira das equipas do nosso campeonato é o que é. Temos de olhar para a formação. Mas confio plenamente nos meus jogadores, chateio-me tanto porque acho que podemos dar sempre mais. Gostaria de ter mais três, quatro, cinco ou seis jogadores das melhores equipas da Europa? Gostava, mas isso, para a nossa realidade, é impossível”
Já houve 20 lesões esta época
“O Zaidu vai ser convocado, está disponível. Os outros lesionados [Wendell, Galeno, Marcano e Iván Jaime] é mais difícil. Vocês conhecem a situação do Marcano, enfim, é a vida dos atletas. Todos nós podemos fazer mais e melhor, começando no Eduardo, o fisiologista, até ao treinador. Todos trabalham com uma exigência enorme, não há nada a dizer. Quando há uma lesão, todos assumimos. Quem mete os jogadores a jogar sou eu. Há aqui situações que não são culpa nem do departamento médico, nem do jogador. São situações que acontecem”