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A melhor defesa é a defesa

Nuno Santos, um calvo precoce que ninguém sabe se é extremo convertido em lateral ou lateral com tendências extremistas, e João Mário, que é quase tão estranho ver a lutar para ser melhor marcador do campeonato como seria assistir a Haaland de luvas calçadas a voar para defesas impossíveis, quase estragavam esta crónica de Bruno Vieira Amaral, que começa em golos marcados e acaba em golos evitados

Bruno Vieira Amaral

BRUNO FAHY/Getty

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Nuno Santos quase me estragou os planos. Um golo daqueles às nove da noite na véspera de entregar a crónica. Quando uma pessoa já tem ideias e palavras todas alinhavadas, vem um calvo precoce que ninguém sabe se é extremo convertido em lateral ou lateral com tendências extremistas e introduz uma pequena grande letra que altera a realidade habitual em que vivemos e quase estraga a noite de um cronista.

Quase. Na televisão os comentadores exultavam e o mínimo que diziam era “Prémio Puskas, já!” Então, pensei: “isto não é futebol, é arquitetura. Não é prémio Puskas, é Prémio Pritzker!” Souto de Moura ganhou o prémio por ter desenhado, entre outros edifícios, um estádio, o arquiteto Nuno Santos há de recebê-lo por ter erigido um monumento num segundo de inspiração. Problema resolvido. À arquitetura o que é da arquitetura, ao futebol o que é do futebol.

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    A onze jornadas do fim, com oito pontos de avanço, a ideia de o Benfica perder o campeonato é matéria de pesadelos, escreve Bruno Vieira Amaral. É a prioridade para qualquer um dos grandes e, no ano passado, a boa campanha europeia do Benfica, chegando aos quartos de final da Champions, aquele que tem sido o Cabo das Tormentas das equipas portuguesas na competição, não serviu para consolar os adeptos por mais um ano sem festejar um mísero título

  • Parabéns, Pepe Fúrias
    Opinião

    Será a ternura dos 40? Bruno Vieira Amaral escreve como o central do FC Porto, “um atleta de eleição” que no domingo celebrou quatro décadas de vida, está feito um sentimental, um autêntico Gandhi de Maceió, ao vê-lo, depois de “quase partir a perna a um adversário”, apressar-se “a pedir desculpas, condoído, talvez a pensar que noutros tempos e com outra energia teria mesmo mandado” o jogador “para o hospital”. Mas que isso não apague o essencial: Pepe é um dos maiores da história do futebol português