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Parabéns, Pepe Fúrias

Será a ternura dos 40? Bruno Vieira Amaral escreve como o central do FC Porto, “um atleta de eleição” que no domingo celebrou quatro décadas de vida, está feito um sentimental, um autêntico Gandhi de Maceió, ao vê-lo, depois de “quase partir a perna a um adversário”, apressar-se “a pedir desculpas, condoído, talvez a pensar que noutros tempos e com outra energia teria mesmo mandado” o jogador “para o hospital”. Mas que isso não apague o essencial: Pepe é um dos maiores da história do futebol português

Bruno Vieira Amaral

MIGUEL RIOPA/Getty

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Pepe – Kepler Laveran de Lima Ferreira – está feito um sentimental. Vimo-lo ontem [domingo]. Depois de quase partir a perna a um adversário, apressou-se a pedir desculpas, condoído, talvez a pensar que noutros tempos e com outra energia teria mesmo mandado o outro para o hospital. Será a ternura dos quarenta? Confesso que nunca tinha visto este Pepe humanitário em campo, um autêntico Gandhi de Maceió. Cheguei à conclusão de que é a idade. A idade amolece até o coração mais duro.

No final, depois de um jogo em que deu tudo para que não se notasse a ausência de dois companheiros, Pepe caiu exausto no relvado. Levantou-se para agradecer a homenagem dos adeptos e pela primeira vez terá sentido que o fim está próximo, que já não sobra muito caminho para caminhar, que mesmo um jogador com as suas extraordinárias capacidades atléticas vê chegar o momento de pendurar as chuteiras e dizer adeus aos hábitos sem os quais não se imagina a viver.

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