Mundiais de natação: Angélica André medalha de bronze nos 10 km em águas abertas
SEBASTIEN BOZON
Resultado histórico para a atleta portuguesa, com as águas abertas a conseguirem a primeira medalha nuns Mundiais de natação. Angélica André, que ficou a meros 1,4 segundos de ser campeã mundial, garante também vaga olímpica para Paris
É mais um resultado histórico para a natação portuguesa. Depois da prata de Diogo Ribeiro nos 50 mariposa nos Mundiais de 2023, Angélica André consegue a medalha de bronze na prova olímpica dos 10 km de águas abertas nos Mundiais de Doha, Catar, ao terminar a prova em 1h57m28s, a meros 1.4 segundos da vencedora, a neerlandesa Sharon van Rouwendaal, e a 1.3 segundos da espanhola Maria de Valdes, medalha de prata, num emocionante sprint nos metros finais da competição.
Com o 3.º lugar, Angélica André consegue também garantir uma vaga para os Jogos Olímpicos de Paris, destinada às primeiras 13 nadadoras a chegarem à meta. A outra portuguesa em prova, Mafalda Rosa, foi 19.ª classificada.
Esta é a primeira medalha em Mundiais para Portugal nas águas abertas e também a primeira medalha para uma mulher.
SEBASTIEN BOZON
“Não há explicações, o sorriso fala, estou mesmo muito contente com este resultado, um resultado para o FC Porto, para a Federação Portuguesa de Natação, para Portugal. É a primeira medalha no setor feminino, fazendo história, mais uma vez. Obrigada a quem treina comigo, aos meus treinadores, aos meus colegas de equipa, de seleção, que também fazem parte do processo”, sublinhou momentos depois da conquista do bronze, em declarações reproduzidas pela Federação Portuguesa de Natação.
“Claro também é mérito meu, sou eu que faço por isso, mas também é mérito de quem está ao meu lado e me acompanha e dão tudo a 100% para estarmos hoje aqui e celebrar um 3.º lugar”, continuou, revelando que sentiu que podia chegar a um resultado histórico “na última volta, a faltar duas bóias”, quando se sentiu “com força suficiente para lutar pelo pódio”.
“Tínhamos consciência que isso podia acontecer, nunca o dissemos, mas tínhamos potencial para lutar por isso”, frisou ainda a olímpica em Tóquio, de 29 anos, que vai agora repetir a experiência em Jogos - na capital nipónica, em 2021, foi 17.ª nos 10 km.
Bronze nesta mesma distância nos Europeus de 2022, a atleta do FC Porto já tinha ficado muito próxima de uma medalha nos últimos Mundiais, ao terminar a dois segundos do bronze nos 5 km, em Fukuoka. A medalha em Mundiais chegou mesmo, seis meses depois e em ano de Jogos Olímpicos.
Angélica André ainda vai competir nos 5 km, na manhã de quarta-feira, e também na estafeta mista 4x1.500 metros na quinta-feira.