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Mundial 2022

Mbappé sabe onde está o ouro

Kylian Mbappé ainda não ganhou uma Liga dos Campeões, ainda não lhe atribuíram uma Bola de Ouro, quase de certeza por estar no clube errado. Mas este rapaz que aos 19 anos foi campeão do mundo, que aos 23 leva nove golos em Mundiais e que ontem fez uma das exibições individuais mais demolidoras da história dos Mundiais e joga pela seleção certa, escreve Bruno Vieira Amaral, para se eternizar onde o futebol mais eleva nomes rumo ao Olimpo

Bruno Vieira Amaral

Laurence Griffiths/Getty

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Escrevia um amigo meu há dias, sem ponta de ironia, que o estatuto mítico de Diego Maradona se devia em grande parte ao que fez no Mundial do México, em 86. E dizia-o em tom de lamento ou acusação: “ah, se não fosse aquele Mundial, Maradona hoje não seria ninguém.” Ele não escreveu assim, mas a ideia era esta, como se todo aquele campeonato fosse uma “mão de Deus” gigante, uma ilegalidade, uma batota genial de um Deus a brincar com os humanos. Dizer que Maradona é Maradona por causa do que fez no México, o malandro, é o mesmo que acusar Miguel Ângelo de ter pintado o teto da Capela Sistina. É uma variante involuntariamente cómica do “assim também eu” e do “mas fora o Mundial do México, o que é que o Maradona fez pelo futebol?”

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