“Diego jogava à bola, não era futebolista profissional”: o festival que celebrou Maradona em Doha, no segundo aniversário da sua morte
26.11.2022 às 15h32

D.R.
Na véspera do decisivo Argentina-México (19h, TVI), o festival em homenagem a Diego Armando Maradona – com a música alta e coisas de ficção científica – juntou muitos argentinos, ainda e para sempre inocentemente apaixonados. “O amor por Diego transcende o futebol”
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A música que escapava do pavilhão fazia lembrar uma festa daquelas que se estendem até que o sol, com uma mirada condescendente e paternal, aconselha a viagem de regresso a casa. Vão saindo e entrando pessoas com algum secretismo, como se acudissem a uma convenção de ficção científica. Vestem todos a mesma farda. São crentes. Órfãos.
Já perto da estrada no meio do nada, com uma envergadura importante, estava Fabián. Fala como se a vida dependesse de cada sílaba que lhe sai da boca. Acabava de sair do festival em homenagem a Diego Maradona, no dia do segundo aniversário da morte desta figura mitológica, 25 de novembro. Fabián tinha 15 anos em 1986. Quando Diego fez o primeiro golo à Inglaterra, o tal com a mão, estava num café e empurrou a cadeira com vontade para trás. Caiu de rabo no chão. “Riram-se de mim. Eu não queria saber”, diz com uma felicidade juvenil e eterna. “No segundo golo fiz o mesmo”, vai exemplificando, ficando quase de cócoras. Esta festa acontece na véspera do Argentina-México que, após a derrota com a Arábia Saudita, pode trazer um gosto mui amargo. Vai Messi salvar a pátria? “Ele não é como Diego era, mas vamos ver…”