Foi um dos desfechos mais carregados de emoção deste Mundial.
Depois de mais de 90 minutos em que o Irão foi quase sempre melhor que o País de Gales, golo anulado e bolas ao poste à mistura, a equipa de Carlos Queiroz chegou à vitória, por 2-0, marcando por duas vezes a rondar a centena de minutos. Os festejos, com jogadores ajoelhados, Carlos Queiroz atirado ao ar pelos homens que orienta e adeptos em lágrimas nas bancadas, traduziram o significado desta vitória para um país que está neste Mundial tendo preocupações muito mais importantes do que o que se passar dentro de campo.
Ao contrário do que havia sucedido contra Inglaterra, o técnico português juntou Azmoun e Taremi na frente, com o avançado do FC Porto, que parece jogar com um mapa do campo na cabeça, a ter funções de ligação entre o meio-campo e a frente. Na seleção galesa, a estrela Gareth Bale mal se viu, fazendo apenas um disparo à baliza rival.
Ali Gholizadeh, canhoto com perfume nas botas, foi outra das novidades no onze dos asiáticos. Partindo da direita, o criativo do Charleroi teve um golo anulado aos 16'.
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Na segunda parte a superioridade do Irão acentuou-se. Na mesma jogada, a equipa de Queiroz atirou duas vezes ao poste — primeiro por Azmoun, depois por Gholizadeh. Aos 86', o guardião galês Hennessey derrubou com violência Taremi e foi expulso.
Com o aproximar do final do desafio, Gales, depois da igualdade a abrir contra os EUA, ia parecendo conformar-se com somar outro ponto. Mas, aos 98', um remate de Roozbeh Cheshmi fez o 1-0. Foi o primeiro golo de fora da área deste Mundial. Logo a seguir, Taremi conduziu um contra-ataque e serviu Ramin Rezaeian para o 2-0.
As emotivas celebrações do Irão ficarão como uma das imagens do Mundial. A seleção de Queiroz tem 3 pontos no grupo B e, na última jornada, o já aguardado embate com os EUA terá interesse acrescido.