Em setembro de 2016, André Vaz, então um treinador de 23 anos do Clube Náutico Académico de Coimbra, viu, como normal, uma nova formada de jovens entrar para a categoria de infantis que treinava. Entre eles estava Diogo Ribeiro, de 11 anos, que cumpriria 12 no final de outubro, um “miúdo um bocado reguila, muito divertido e alegre”, conta ao telefone o técnico.
O pré-adolescente “tinha marcas boas para a sua idade” e “nadava bem os quatro estilos” da arte de cruzar as águas, mas “havia muitos miúdos a fazer coisas parecidas” a Diogo, que, recorda André Vaz, “nem sequer era o melhor miúdo da idade dele em Coimbra”.
Mas aquele garoto, “muito brincalhão” e com “dias em que não estava tão virado para o treino” tinha uma grande virtude que o seu treinador viria a descobrir. Algo que não estava tão relacionado com a técnica das braçadas ou com um físico mais ou menos esculpido para as águas. André Vaz foi-se apercebendo que o novo pupilo tinha “um espírito competitivo muito forte para a idade que tinha”, revelando “muito gosto” em desafiar-se e provar ser melhor que os demais.
Baseando-se na sua competitividade e em “muita predisposição para aceitar correções técnicas", Diogo ficou “muito bem classificado no nacional de infantis” daquele ano, mas não venceu o título. Duas épocas depois, já como campeão nacional de infantis A, Diogo Ribeiro disputou a sua primeira prova internacional. E aí o técnico que o orientava voltou a ter a demonstração de que a mente daquele jovem nadador era o seu grande argumento.
“Nessa estreia internacional, fez recordes nacionais em todas a provas que nadou, o que é invulgar. Normalmente, nessas idades os miúdos são muito fortes no treino, mas por questões como a ansiedade não conseguem corresponder nas provas. Mas a grande qualidade do Diogo, além de ter muita facilidade para aprender e corrigir, é a cabeça dele. É muito competitivo e lida muito bem com o stress das provas”, explica André Vaz, treinador de Diogo Ribeiro entre 2016 e 2021.