A cortar a meta, viu-se o abanar da cabeça de Fernando Pimenta. Os campeões querem sempre o ouro e foi em busca de um quarto título europeu que o limiano partiu para o K1 1000, a distância olímpica que é a sua especialidade. Mas embora numa prova completamente diferente daquela de há duas semanas nos Mundiais, o resultado foi o mesmo: a medalha de prata, a 120.ª a nível internacional para Pimenta e a 2.ª nestes Campeonatos da Europa, depois do bronze no K1 500 da véspera.
O homem que não permitiu o sonho foi o de sempre, o húngaro Balint Kopasz, campeão olímpico há um ano em Tóquio, título confirmado com a medalha de ouro nos Mundiais em Halifax já este mês. No Canadá, a luta também foi entre os dois e houve 5 centésimos a separar os dois rivais, “um dedo mindinho de diferença” como diria Pimenta em declarações à Tribuna Expresso. Aí, Fernando Pimenta apostou numa tática diferente daquela que costuma adotar: permitiu que Kopasz fosse para a frente, atacando no final. Quase ultrapassava o húngaro. Em Munique foi igual a si próprio: muito forte no arranque, dominou a prova na frente até aos 250 metros finais.
Aí chegou o ataque de Kopasz, tal como aconteceu nos Jogos Olímpicos. O húngaro tomou a dianteira e juntou o título europeu ao olímpico e mundial, cortando a meta com 3.29,898. Pimenta chegaria dois segundos depois (3.31,964). O belga Artuur Peters ainda fez uma aproximação ao português nos derradeiros metros, mas não chegaria para assustar: foi bronze, a meio segundo de Pimenta.
Fernando Pimenta ainda tem este sábado à tarde a oportunidade de chegar ao ouro no K1 5000, prova onde desistiu há duas semanas depois de um problema no leme, quando estava isolado. No domingo disputa a última de quatro finais nestes Europeus, o K2 1000 com João Duarte.