Quando Jude Bellingham chegou ao Real Madrid no verão passado, Carlo Ancelotti tinha um plano. Bellingham impressionara no meio-campo do Birmingham City, do Borussia Dortmund e da seleção inglesa, mas Ancelotti sentiu que ele também se poderia destacar numa posição um pouco mais ofensiva, que talvez pudesse incluir mais contribuições para o golo de que o Real Madrid iria precisar, uma vez que Karim Benzema e Marco Asensio deixaram uma lacuna por preencher, com os 43 golos marcados por ambos na época passada.
Ancelotti pensou que Bellingham poderia dar um impulso ao ataque do Real, desenvolvendo ainda mais o seu próprio jogo no processo e tornando-se um jogador fundamental para o clube. E Ancelotti provou estar certo.
Ao pensar nas opções para encaixar Bellingham e os outros recém-chegados no verão, o técnico italiano achou que era um bom momento para experimentar um novo sistema, passando do 4-3-3 – que trouxera bastante sucesso à equipa – para o 4-4-2, com Bellingham no topo de um losango no meio-campo. O internacional inglês conseguiu a décima posição, atrás dos atacantes. E justifico-a.
O resultado é espantoso, com 20 golos e 10 assistências em 32 jogos até agora. Tanto Bellingham quanto Ancelotti admitiram que não esperavam um começo tão bom. Além das muitas contribuições para golos, ele também se destacou em muitas outras áreas, como as suas corridas, as capacidades de drible e de passe, as qualidades de conquista e retenção de bola e a capacidade para encontrar espaços livres no terreno de jogo. É a sua versatilidade que o diferencia, e fora do campo também tem demonstrado o compromisso de se integrar no clube, abraçando o seu novo ambiente.
Uma indicação tangível de como as coisas estão a correr-lhe neste momento surgiu no início desta temporada, quando foi premiado com o Troféu Ballon d’Or Kopa, para o melhor jovem jogador do mundo, e com o Golden Boy Award, o prémio para o melhor jovem jogador europeu.
Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: tribuna@expresso.impresa.pt