Futebol nacional

O José Gomes rugiu, o Estrela brilhou e o Marítimo terá de dar a volta para evitar a descida

O José Gomes rugiu, o Estrela brilhou e o Marítimo terá de dar a volta para evitar a descida
Gualter Fatia/Getty
Na primeira mão do play-off entre o 16.º da I Liga e o 3.º da II, a equipa da Amadora foi muito superior, justificando mais do que o 2-1 final, com Winck, aos 87', a reduzir para os insulares depois dos golos de Regis Ndo e Jean Felipe. Com um grande ambiente no estádio, o futebol agressivo do Estrela ficará a lamentar que os visitantes tenham marcado numa das poucas oportunidades de que dispuseram
O José Gomes rugiu, o Estrela brilhou e o Marítimo terá de dar a volta para evitar a descida

Pedro Barata

Jornalista

O estádio José Gomes, na Amadora, chegou a estar ao abandono, deixando de ser palco de sonhos e golos, de alegrias e tristezas, para ser um descuidado terreno baldio cheio de ervas que cresciam sem controlo. As consequências da crise financeira que atirou o Estrela para fora do futebol profissional foram profundas mas, nos últimos anos, o clube reergueu-se.

A imagem mostrada antes, durante e depois da primeira mão do play-off para definir a última das 18 equipas que estará na I Liga 2022/23, entre o 3.º da II Liga, o Estrela, e o 16.º da I, o Marítimo, serviu para mostrar como o José Gomes está de volta, longe da imagem triste que a crise financeira provocou. Bancadas cheias, grande ambiente, emoção.

Patrice Evra, da empresa norte-americana que acaba de comprar 90% da SAD do Estrela, estava nas bancadas, tal como Abel Xavier ou Dimas, antigos jogadores dos tempos de glória dos amadorenses. Desde 2008/09 que não estão na elite da bola nacional e é por isso que se luta neste fechar de temporada.

Do outro lado, o Marítimo, na I Liga consecutivamente desde 1985/86, tenta evitar a queda. Mas, neste desafio, a derrota por 2-1 foi um mal menor para os insulares, já que a superioridade dos locais poderia ter levado a que, nos Barreiros, os homens de José Gomes, homónimo do estádio, tivessem de protagonizar uma reviravolta mais expressiva.

A festa que antecedeu o arranque do desafio, com papéis lançados para o campo ao estilo argentino, foi prolongada pelo Estrela logo nos instantes iniciais. Aos 3', após livre de Jean Filipe, um dos melhores em campo, Regis Ndo aproveitou a passividade da defesa do Marítimo para, de pé esquerdo, fazer o 1-0.

O Estrela era agressivo, com um jogo enérgico que contrastava com o do representante da I Liga. Aos 24', Mansur teve um golo anulado, mantendo-se a toada na segunda parte.

Ronald ou Ronaldo Tavares tiveram boas oportunidades para o 2-0, mas Marcelo Carné, um dos melhores em campo, respondeu à altura. No entanto, aos 80', antes de se ter visto qualquer disparo à baliza por parte do Marítimo, Jean Felipe atirou para dobrar a vantagem do Estrela.

O Marítimo, ainda assim, fez o precioso 2-1 aos 87', numa das poucas situações de perigo para os insulares. Após cruzamento de Riascos da direita, Claudio Winck, sozinho ao segundo poste, cabeceou para reduzir a desvantagem. Dia 11, no Funchal, o play-off ficará decidido.

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