Como é estar do outro lado do jogo do título? “Nunca tinha visto, num estádio cheio cheio cheio, o silêncio que se fez. Parecia um treino”

Jornalista
O Vietname, onde a lei nas rotundas obedece ao tamanho das carapaças com rodas, é um lugar maravilhoso. A energia de Hanoi, com a tradicional sanduíche banh mi em muitas esquinas daqueles labirintos, as assombrosas paisagens de Ha Long Bay, o céu e os jardins infinitos de Ninh Binh, a história da capital imperial Hue, as montanhas de Sa Pa e Hà Giang, os tesouros da pequena e sublime Hoi An, o café de Da Lat e a inevitabilidade ocidental de Ho Chi Minh City. Apesar de tudo isto, para uma percentagem da população portuguesa, ‘Vietname' é outra coisa.
A ressaca do título de 1994 foi dolorosa para os benfiquistas. Essa fase, pelo menos durante 11 anos, foi alegadamente denominada assim, de “Vietname”, por Pedro Ribeiro, o atual diretor de programação da Rádio Comercial e comentador de futebol. “Não sei se fui o autor”, confessa a este jornal. “Mas sei que desde sempre me refiro aos anos entre o título de 1994 e o de 2005 como o nosso Vietname, no sentido de uma dolorosa via-sacra, com o clube à deriva. Assistiu-se ao penta do Porto, aos anos do apito dourado, a Sporting e até ao Boavista a ganharem campeonatos, e nós zero.”
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