Fernando Gomes enviou SMS a Bruno Lage, falou com Luís Filipe Vieira e agora diz: “Estes atos mancham, de novo, a imagem do futebol”
O presidente da Federação Portuguesa de Futebol emitiu, esta sexta-feira, um comunicado a condenar o apedrejamento do autocarro do Benfica, classificando-o como um "ato bárbaro e cobarde" que exige que "os autores não passem impunes". Fernando Gomes defendeu que "essas pessoas não são do futebol, não gostam do futebol e têm de ser expulsas do futebol" e apelou à intervenção do Governo
05.06.2020 às 12h19

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Fernando Gomes condenou o "ato bárbaro e cobarde" da noite de quinta-feira, quando um dos autocarros que transportou a equipa do Benfica do Estádio da Luz para o centro de treinos do clube, no Seixal, foi apedrejado na autoestrada, classificando os autores do crime como "pessoas não são do futebol, não gostam do futebol e têm de ser expulsas do futebol".
Em comunicado, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) apela à "ação implacável do Estado" para "regenerar e cumprir de forma plena as suas vitais funções desportivas, sociais e económicas". A Tribuna Expresso sabe que o líder da entidade já enviou um SMS a Bruno Lage, treinador do Benfica, e falou com Luís Filipe Vieira, presidente do clube, após o incidente.
Andrija Zivkovic e Julian Weigl foram atingidos por estilhaços de vidro do autocarro. O primeiro ficou ferido num olho. Já esta sexta-feira, descobriu-se que as casas de vários jogadores do Benfica foram vandalizadas com graffitis, incluindo a de Pizzi, um dos capitães de equipa.
O comunicado, na íntegra, do presidente da Federação Portuguesa de Futebol:
"Foi com enorme tristeza e indignação que tomei conhecimento do inaceitável ato de violência que atingiu o SL Benfica e os seus atletas.
A FPF confia que as autoridades policiais encontrarão, no mais curto espaço de tempo possível, os responsáveis pelo ato bárbaro e cobarde de ontem – o apedrejamento do autocarro do SL Benfica em andamento – e exige que os autores deste crime não passem impunes.
Atacar, pela calada da noite, com a mão escondida, atletas, equipa técnica, staff e dirigentes de um clube exige uma resposta à altura de todos os que amam o futebol e que se sentem revoltados por este tipo de comportamentos.
O futebol, ao longo de semanas, uniu-se e sacrificou-se para conseguir garantir a retoma de uma parte essencial da sua atividade. Exemplares na forma como seguiram todas as indicações das autoridades sanitárias e governamentais, os clubes nacionais voltaram a proporcionar uma enorme alegria aos seus adeptos que ansiavam, porque o futebol também é importante nas suas vidas, o regresso a uma competição que é, em si mesma, crucial para a recuperação desportiva, financeira e económica e social de todos os agentes do futebol.
Os atos ocorridos ontem, sejamos claros, mancham, de novo a imagem do futebol. Mas, no essencial, responsabilizam aqueles que arremessaram as pedras, motivados pelo ódio. Essas pessoas não são do futebol, não gostam do futebol e têm de ser expulsas do futebol.
Como já afirmei em outros momentos infelizes, o futebol precisa da ação implacável do Estado nestas ocasiões. O futebol precisa da vossa ajuda para se poder regenerar e cumprir de forma plena as suas vitais funções desportivas, sociais e económicas.
Dirijo uma última palavra de solidariedade aos técnicos e particularmente aos atletas duramente atingidos pelos incidentes de ontem. Envio-vos, em nome da FPF e de todo o futebol português, os meus votos de que rapidamente possam recuperar das agressões que foram alvo para que voltem a fazer aquilo que mais gostam de fazer e que tanto significa para nós – jogar futebol."
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