Com 320 jogos nos bancos da La Liga no currículo, Gregorio Manzano era, em 2014, um muito respeitado técnico do futebol espanhol. Passagens por Atlético de Madrid, Maiorca — clube com o qual conquistou a Taça do Rei —, Sevilha ou Málaga constituíam um histórico de respeito. Mas, já perto dos 60 anos, Manzano preparava-se para entrar numa "aventura fantástica".
No tal ano de 2014, o Beijing Guoan contactou-o para assumir o comando da equipa. Manzano recorda que era como "entrar num mundo desconhecido", até porque nunca um técnico espanhol trabalhara na Superliga chinesa. Gregorio fez "algumas investigações" e aceitou. Um experiente profissional da bola que jamais saíra de Espanha foi, então, para o outro lado do mundo.
Ao aterrar em Pequim, Manzano notou "um nível de futebol muito inferior ao europeu". No entanto, uma revolução estava quase a levantar voo. O processo já se iniciara, mas ainda em silêncio, nos corredores do poder, estava a cozinhar-se, ainda não fora apresentado ao público, era coisa de bastidores. Quando a revolução saiu à rua, Manzano lembra-se de sentir "o entusiasmo". "Passou a haver mais gente nos estádios, as audiências de televisão explodiram. Gerou-se, naquela altura, um clima de euforia em torno do futebol na China", diz à Tribuna Expresso.
"Aquela altura" são os anos de 2015, 2016, 2017. A revolução tinha forma de notas, de muitas notas, e caras conhecidas.
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