Futebol internacional

Olhó’ robot: Haaland esmagou as dúvidas iniciais e agora foi eleito o jogador da Premier League

Olhó’ robot: Haaland esmagou as dúvidas iniciais e agora foi eleito o jogador da Premier League
Michael Regan
O norueguês marcou 36 golos na Premier League, bateu recordes, adaptou-se bem à lógica do modelo de Pep Guardiola, que dotou de outra arma fatal e ainda pisca o olho ao treble.

Quando foi anunciada a transferência de Erling Haaland para Manchester, para o clube onde o pai havia jogado em tempos idos, os engenheiros da bola, analistas, jornalistas e adeptos sacaram legitimamente de réguas, esquadros e calculadoras. Caberia aquele robô que mais parece um tigre faminto e de estômago infinito no modelo de Pep Guardiola? O City jogou tantas vezes sem avançado centro. Seria um 9 tradicional o que precisava o grupo para morder a medalha de campeão europeu?

Debateu-se e escreveu-se até à exaustão. Sim senhor, marca golos como ninguém, mas vai ajudar mais do que desajudar na hora de ser mais um futebolista em campo e estar coordenado e calibrado para manter a bola e criar espaços? Bom, a realidade tem a tendência para dar marteladas nas teorias, por isso hoje é seguro dizer que foi uma aposta espectacular dos cityzens.

O noruguês, que já tinha sido escolhido como o jogador da temporada pela Football Writers’ Association, foi nomeado este sábado o melhor jogador da Premier League. O avançado, nascido em Leeds há 22 anos, superou a concorrência pesada: Kevin de Bruyne, Harry Kane, Marcus Rashford, Kieran Trippier, Martin Odegaard e Bukayo Saka.

O registo é assombroso: 36 golos em 35 jogos da Liga, um recorde que permanecia junto às botas de Alan Shearer, e ainda assinou oito assistências. Também impressionante foi a adaptação do jogador, a evolução do canhoto na forma como passou a interagir com os colegas, na compreensão do espaço e das dinâmicas ofensivas de Pep. O atleticismo do seu jogo e a sabedoria brilhante na hora de atacar o espaço, permitiu ao Manchester City recuar o bloco, por vezes oferecendo a bola ao rival até, para depois massacrar no contra-ataque, uma especialidade de Kevin de Bruyne e Haaland.

No domingo, Haaland terá ainda a oportunidade de salivar uma última vez na Premier League, no jogo contra o Brentford, a contar para a última jornada da Premier League, conquistada pela quinta vez em seis anos pelo City. O foco do jogador não vai suavizar nem um pouco, pois os campeões ingleses têm a possibilidade de conquistar o treble, uma equação para a qual falta vencer a FA Cup e a final da Liga dos Campeões, frente ao Inter de Milão, agendada para 10 de junho.

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