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Mbappé mudou de ideias: imprensa francesa avança que o craque quer deixar o PSG em janeiro. E Luís Campos pode segui-lo

O patriotismo e uma série de promessas da parte do PSG fizeram com que Kylian Mbappé tomasse a decisão de ficar em Paris. Mas talvez o jogador esteja pronto para uma mudança de ares. A imprensa francesa avançou que Mbappé está insatisfeito e poderá sair já durante o mercado de inverno

Rita Meireles

Jean Catuffe

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A fase da lua de mel terminou em Paris e Kylian Mbappé decidiu voltar a agitar as águas do Sena. Segundo avançou o jornal francês “Le Parisien”, o jogador de 23 anos quer deixar o Paris Saint-Germain no próximo mercado de inverno, que decorre ao longo do mês de janeiro. Em causa parece estar o facto de Mbappé se sentir traído por Nasser Al-Khelaïfi, presidente do clube, e Antero Henrique, o português que é diretor da liga do Catar, mas que ficou responsável por resolver os casos de mercado (entradas e saídas) do PSG e que já antes havia sido alvo de críticas por parte do treinador Christoph Galtier e Luís Campos, outro português que é conselheiro dos campeões franceses.

Depois de um longo processo de negociações que colocava o jogador um dia no PSG e no outro no Real Madrid, Mbappé decidiu ficar em Paris. Há cerca de cinco meses, assinou um novo contrato de três anos. Desde então, o francês acredita que as promessas que lhe foram feitas para que continuasse em França não estão a ser cumpridas.

As promessas em questão não são conhecidas, mas ao longo dos últimos meses foram vários os cenários a ser adiantados. Uma das promessas prendia-se com a contratação de novos jogadores, nomeadamente um avançado centro, mas isto não aconteceu durante o verão, altura em que surgiram os rumores de que a relação de Mbappé com Neymar tinha piorado. A ESPN avançou esta terça-feira que o PSG estava aberto para receber ofertas pelo brasileiro durante a última janela de transferências, mas não conseguiu encontrar um clube para Neymar.

Confrontado com a noção de que teria todo este poder na equipa, Mbappé garantiu ao “New York Times”: "Não é essa a minha função. E eu não quero fazer isso porque não sou bom nisso. Sou bom em campo. E fora do campo, esse não é o meu papel. Há tantas pessoas que são melhores do que eu".

Ainda assim, em setembro, decidiu expressar as suas preocupações depois de a França ter vencido a Áustria na Liga das Nações, dizendo que se estava a divertir mais a jogar pela equipa nacional porque tinha mais liberdade do que no PSG.

Agora são várias as perguntas que se levantam: estará o clube parisiense, que segundo o mesmo jornal tem total conhecimento do desconforto do jogador, disposto a deixar Mbappé sair? O Real Madrid ainda está pronto para fazer uma proposta de compra? Outros clubes entrarão na luta? Ou será que Emmanuel Macron resolve de novo o problema?

Esta terça-feira, o PSG recebe o Benfica num jogo da fase de grupos da Liga dos Campeões. Messi não estará em campo por lesão, mas talvez nem ele fosse capaz de ofuscar aquele que será o elefante na sala durante os próximos tempos em Paris. O “Le Parisien” assinalou também que Mbappé começa a perder influência entre os adeptos por causa desta situação. Até porque os fãs acreditam que jogar ao lado de Messi e Neymar não pode ser motivo para grandes queixas.

Com a saída de Mbappé, Luís Campos também poderá bater com a porta. O português foi contratado em junho para servir como uma espécie de consultor para a área desportiva e mantém uma relação forte com o avançado, que conhece desde os tempos do Monaco, quando ainda era apenas um adolescente. O “Le Parisien” sublinha que Campos está também com um pé fora do Parque dos Príncipes.