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Em vídeo, Neymar declarou apoio a Bolsonaro, mas nem sequer está inscrito para votar fora do Brasil

O internacional brasileiro publicou um vídeo nas redes sociais no dia do último debate televisivo antes das eleições presidenciais e foi muito claro: apoia a reeleição do atual presidente do Brasil. No entanto, se quiser expressar a sua preferência, o jogador do PSG terá que ir ao seu país

Expresso

Lionel Hahn/Getty

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O avançado brasileiro Neymar, do Paris Saint-Germain, declarou o seu apoio a Jair Bolsonaro, atual presidente do Brasil e recandidato às eleições deste fim de semana, através de um vídeo publicado nas redes sociais na quinta-feira - dia em que se realizou o derradeiro debate presidencial na televisão, entre Bolsonaro e Lula da Silva. Se o futebolista quiser concretizar o seu apoio transformando-o em voto, terá de viajar de Paris a Santos, uma vez que Neymar não transferiu o título de eleitor para a Europa, quando se mudou.

Oficialmente, o posto de voto do jogador é em Santos. O ministério das Relações Exteriores diz que “os eleitores que não votam no Brasil não podem votar em trânsito, no estrangeiro”. Ainda por cima, lembra o portal “UOL Esporte”, há jogo do PSG no sábado, às 16h locais. As eleições decorrem durante o dia seguinte, entre as 8h e as 17h. Para voar de Paris a São Paulo, Neymar precisa de aproximadamente 12 horas.

No clube parisiense, há um outro brasileiro que tem a situação regularizada: Marquinhos transferiu o local de voto para a capital francesa. Os jogadores do Real Madrid, Rodrygo e Vinicius Jr. estabeleceram Madrid para expressarem as suas preferências políticas. Já dentro do gigantesco país que vai a votos, os flamenguistas Pedro e Éverton Ribeiro escolhem o seu candidato no Rio de Janeiro.

Tendo em conta o conjunto convocado por Tite para os mais recentes compromissos da seleção canarinha, a maioria dos jogadores não tem um título válido, ou seja, não pode votar na cidade onde vive e trabalha. Do grupo de 26, apenas cinco têm a situação eleitoral regularizada.

O selecionador nacional já manifestou o desejo de não visitar Brasília se a equipa brasileira vencer o Mundial do Catar, disputado este ano. Tite quebrará, desta forma, uma tradição com quase 70 anos, desde que os brasileiros venceram pela primeira vez o troféu, em 1958. O homem que conduz os destinos da seleção brasileira diz que o atual contexto político está dividido e não pretende que a equipa nacional seja usada para fins propagandísticos.

No anterior mais recente vídeo que Neymar publicou nas redes sociais, o jogador agradeceu a Bolsonaro a visita ao Instituto Neymar Jr. Segundo o “UOL”, não havia uma manifestação tão explícita do apoio ao atual presidente. O site noticioso diz que, apesar de Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não ter dado orientações aos atletas sobre o tema, havia uma espécie de pacto silencioso para evitar controvérsias. “A gente opta por não falar desses assuntos para não ter opiniões diferentes”, disse Raphinha ao “UOL”.