Nos meses antes de deixar o Barcelona com estrondo e lágrimas a escorrer pela cara abaixo, rumo a uma nova experiência no PSG, ao lado de Neymar, Leo Messi teve oportunidade de negociar, com o clube de sempre, um novo contrato, que permitiria aos catalães, em crise, manter o seu menino de ouro no plantel.
A saída aconteceria em 2021, mas era falada havia algum tempo. Um ano antes, os responsáveis pelo gigante catalão tentaram, a todo o custo, manter o seu capitão e, seguramente, um dos seus melhores de sempre. O jornal “El Mundo” revelou agora os pedidos do astro argentino, pouco consentâneos com a situação difícil dos blaugrana nessa altura.
Diz o jornal espanhol que o então presidente do Barcelona, Josep María Bartomeu, aceitou todas as condições menos a descida abrupta da cláusula de rescisão, quando a que estava inscrita no contrato inicial era de 700 milhões de euros. Também o pagamento do bónus de assinatura foi debatido entre as partes.
Aos 33 anos, esperava-se de Leo Messi que tivesse em conta a situação periclitante do clube que o amava. Em vez disso, Messi classificou nove pontos “importantes” e apresentou-os a Bartomeu. Primeiro, o argentino quis uma extensão do contrato por três anos. Outro dos pedidos – “importantes”, repete-se – foi um camarote privado em Camp Nou, não apenas para a família Messi, mas também para Luis Suárez e seu agregado. Lembre-se que, então, Suárez já tinha deixado a Catalunha e jogava no Atlético de Madrid.
A primeira recusa da parte do Barcelona foi o pedido de um bónus de renovação de 10 milhões de euros. As dificuldades financeiras, das quais Messi tinha pleno conhecimento, significaram a indisponibilidade para pagar ao argentino o que ele achava que merecia. Apenas o futuro companheiro Kylian Mbappé tinha conseguido números dessa categoria por uma renovação.
A flexibilidade desejada por Leo Messi significava que a cláusula de rescisão, então nos 700 milhões de euros, teria de baixar drasticamente para apenas 10 mil euros. Isso significaria a possibilidade de sair para qualquer clube, em qualquer altura. Foi este o segundo ponto negado pela direção do Barça.
A quinta exigência, segundo “El Mundo”, tinha a ver com a devolução dos cortes salariais efetuados antes – devido à crise financeira, mas também pandémica, que retirou o público dos estádios – com juros de três por cento.
Entre as propostas “rock star” do internacional argentino estará certamente o pedido de um avião privado à sua disposição durante a época natalícia. Messi pretendia viajar em grande, com a sua família, para e da Argentina por alturas do Natal.
Precavendo uma possível medida fiscal por parte do governo espanhol, que poderia aumentar os impostos, Messi quis também que o clube lhe garantisse a manutenção do salário líquido. Ao seu lado, Leo queria que se mantivesse Pepe Costa, o seu assistente pessoal, pago pelo Barcelona durante os seus últimos tempos em Barcelona. O futuro de Costa terá sido posto em causa pela direção catalã, mas Messi exigiu a sua continuidade.
Finalmente, Leo Messi exigiu uma comissão para o seu irmão, Rodrigo. O Barça terá concordado com este ponto, em grande parte porque o familiar de Leo era o representante do prodígio adolescente Ansu Fati e o clube queria negociar com ele.