Futebol feminino

Francisco Neto: “Não nos encolhemos, não ficámos atrás, quisemos ter bola, quisemos pressionar a França. É este o caminho do crescimento”

Francisco Neto: “Não nos encolhemos, não ficámos atrás, quisemos ter bola, quisemos pressionar a França. É este o caminho do crescimento”
NurPhoto

O selecionador nacional deixou elogios à postura das jogadoras na estreia da Liga das Nações, que culminou com uma derrota, por 2-0, contra a seleção francesa, a número 5 do ranking FIFA

Jogo

“Até ao golo estivemos muito bem, sempre a disputar o jogo. Depois do golo e até ao intervalo, não conseguimos organizarmo-nos, alterámos o sistema tático. Deixámo-nos ir ali um bocadinho em algumas referências individuais. Sofremos porque não conseguimos ter bola, com algumas más decisões, com alguns problemas. Na segunda parte, nitidamente, equilibrámos novamente a equipa, conseguimo-nos organizar, fomos um Portugal ao nível que queremos, a disputar o jogo, a procurar ter a bola no meio-campo adversário, a criar algumas oportunidades, tivemos algumas oportunidades boas, também sabemos que quando crescemos no jogo e estamos mais altos [adiantadas no terreno] também nos expomos mais um bocadinho.”

Competitividade

“Sabemos da dificuldade que é jogar em França, mas acima de tudo a coragem e a forma como encaramos estes jogos é nitidamente de uma equipa que quer estar na primeira divisão [da Liga das Nações], uma equipa que quer disputar os jogos, seja em que campo for. Não nos encolhemos, não ficámos para trás, quisemos ter bola, quisemos pressionar a França, tivemos essa ambição, é este o caminho do crescimento. Estamos a falar de uma das melhores equipas do mundo e Portugal também quer ser uma delas, por isso tem que ser neste nível e com este compromisso que temos de andar.”

A ideia é pressionar alto a Noruega?

“A pressão é, muitas vezes, aquilo que a equipa adversária nos permite ou a forma como conseguimos lá chegar. É esta a intenção. Sabemos que o jogo tem 90 minutos, sabemos que é impossível estarmos sempre naquele registo. Há mérito também das adversárias, mas sim, é por aqui, já no Campeonato do Mundo procurámos subir as nossas linhas, temos andado nos últimos apuramentos a fazê-lo. Estamos num patamar em que todas as equipas com quem vamos jogar estão acima do ranking, procuramos fazê-lo. Se queremos jogar no meio das melhores, temos de jogar como as melhores, no sentido da audácia e coragem. É o que temos vindo a fazer nos últimos três ou quatro anos.”

Noruega

“A Liga das Nações são seis finais. Temos quatro, três dias para recuperar e preparar a equipa. É uma equipa completamente da Noruega que foi ao Campeonato do Mundo, houve alteração de treinador, de certeza absoluta de muitas dinâmicas. Teremos oportunidade de observar o jogo com a Áustria. Por isso, temos de estar ao mais alto nível. É impossível não estar ao mais alto nível nesta Liga das Nações, acho que vai ser um grupo muito equilibrado, em que todas as equipas conseguirão lutar contra todas.”

Grande ambiente no França-Portugal. E em Barcelos?

“Não tenho dúvidas nenhumas que teremos estádio cheio. Apelamos que toda a gente esteja connosco. Sem dúvida nenhuma que é sempre muito mais positivo, é algo que temos vindo a crescer. Quero agradecer também aos inúmeros portugueses que aqui estiveram, é incrível a forma, mesmo na derrota, como apoiaram no final as nossas jogadoras. Também acho que é fruto de se olhar para o jogo e verem como elas lutaram, como se entregaram e como têm esta paixão de defender as nossas cores e país seja onde for. Obrigado aos que estiveram presentes, esperamos na terça-feira ter casa cheia.”

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