Fórmula 1

Charles Leclerc, depois do GP França em Fórmula 1: “Se eu continuar a fazer erros destes, não mereço vencer o Campeonato do Mundo”

Charles Leclerc, depois do GP França em Fórmula 1: “Se eu continuar a fazer erros destes, não mereço vencer o Campeonato do Mundo”
Bryn Lennon - Formula 1/Getty

O piloto monegasco fez uma dura autoavaliação do seu desempenho em Paul Ricard, depois de se ter despistado enquanto liderava a corrida. Preparava-se o duelo em pista com o rival Max Verstappen, mas a saída do piloto da Ferrari entregou ao campeão em título a vitória no GP e um primeiro lugar cada vez mais sólido no Mundial de pilotos

Carlos Luís Ramalhão

Charles Leclerc não se perdoa pelo erro cometido enquanto liderava o Grande Prémio de França em Fórmula 1, no domingo. O monegasco fez uma dura autoavaliação do seu desempenho, depois de se ter despistado e, com isso, entregado a vitória ao grande rival Max Verstappen, campeão em título, cada vez mais líder do Mundial de pilotos.

No momento em que o piloto da Ferrari saiu de pista, Verstappen tinha acabado de trocar os pneus do seu Red Bull e avizinhava-se uma luta digna dos dois principais candidatos ao título de 2022. Com o despiste do adversário, o neerlandês limitou-se a gerir a prova, mesmo com um grande desempenho de Lewis Hamilton num Mercedes que ainda não chega para rivalizar com os Red Bull ou, pelo menos, com o de Verstappen. Foi a sétima vitória em 12 corridas para Max.

Com a sinceridade a que nos tem habituado, Charles Leclerc disse: “Tenho estado a correr ao nível mais alto da minha carreira. No entanto, se eu continuar a fazer erros destes, não vale a pena. Estou a desperdiçar demasiados pontos. Sete em Imola, 25 aqui, porque éramos provavelmente os carros mais fortes em pista. Por isso, se perdermos o campeonato por 32 pontos, saberei de onde viriam e é inaceitável. (…) Se eu continuar a fazer erros destes, não mereço vencer o Campeonato do Mundo”.

Até agora, apesar das sete pole positions de Leclerc, não parece que tenha chegado a vez do monegasco. Ou o regresso da Ferrari aos títulos. O ano começou com Charles na liderança. Após três corridas, a distância para Verstappen era de 46 pontos, mas as coisas mudaram. No Grande Prémio de Emilia Romagna, Leclerc fez um pião quando tentava ultrapassar o outro Red Bull, de Sergio Pérez.

Depois, vieram os problemas mecânicos: dois motores partidos quando o monegasco liderava, em Espanha e no Azerbaijão. No Canadá, Charles Leclerc foi obrigado a partir de último por ter feito demasiadas mudanças no seu monolugar. E, claro, no Mónaco e em Silverstone, a Ferrari cometeu erros táticos quase tão míticos como a própria equipa italiana.

Depois do que aparentava ser uma retoma, com a vitória na Áustria, veio França, com uma pole position que é parco consolo para quem deveria ter feito melhor. Ninguém tem dúvidas de que Leclerc é rápido, mas isso não chega para ganhar Campeonatos do Mundo.

Ainda assim, depois da corrida, o diretor da equipa Ferrari, Mattia Binotto, defendeu o seu homem da acusação de cometer demasiados erros: “É um julgamento um pouco injusto. Ele estava a guiar no limite. É o tipo de coisas que pode acontecer quando guias no limite. Vamos conversar com ele e avaliar o que aconteceu. Não há razão para culpá-lo. Temos visto Charles reagir aos erros sempre de forma muito positiva e tenho a certeza de que ele vai aparecer mais forte na Hungria”.

Binotto acrescentou ainda: “O que eu disse ao Charles foi que as coisas estão mais complicadas, mas não impossíveis. Vamos desfrutar mais se pudermos transformá-las numa vitória final. (…) O potencial está lá. Os pilotos são fantásticos. Estou bastante otimista. Não há razão para não conseguirmos ganhar 10 corridas até ao fim do Mundial”.

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