Terminada a investigação à morte por paragem cardíaca de Diego Maradona, que ocorreu em novembro de 2020, o juiz decretou que oito pessoas da equipa médica que estava a acompanhar o argentino serão julgadas por homicídio. No documento de 236 páginas a que a Reuters teve acesso pode ler-se que foram "os comportamentos, ativos ou por omissão, de cada um dos acusados levaram e contribuíram para a concretização do resultado prejudicial".
O grupo inclui médicos, enfermeiros e um psicólogo que estavam encarregados de cuidar de Maradona na altura da sua morte. Segundo a sentença, são todos acusados de "homicídio simples”.
“Inapropriada, deficiente e imprudente", foi assim que foi descrita a forma como a equipa médica agiu.
Mario Baudry, advogado de um dos filhos de Maradona, disse à Reuters que o antigo jogador estava "numa situação de desamparo" na altura da sua morte. Considerado um dos melhores jogadores da história do futebol, Maradona acabou por morrer aos 60 anos de idade.
"Assim que vi a causa, disse que foi homicídio", continuou o advogado. "Lutei durante muito tempo e aqui estamos nós, com esta fase concluída".
Da parte dos arguidos, todos negaram a responsabilidade pela morte de Maradona. O juiz revelou que os advogados de alguns dos visados tinham pedido para que o caso fosse arquivado. Vadim Mischanchuk, advogado de Agustina Cosachov, psiquiatra de Maradona, revelou que iriam recorrer da decisão, até porque considera que a área da psiquiatria não tem qualquer ligação com a causa da morte. "Está a ser procurado um culpado a todo o custo e perde-se a objetividade", disse o advogado.
O julgamento ainda não tem data marcada, mas sabe-se que o crime de "homicídio simples” conduz, por norma, a uma pena de prisão que vai dos oito aos 25 anos, segundo o código penal da Argentina.
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