Guanyu Zhou, o primeiro chinês ao volante de um Fórmula 1: “Não tive nenhum líder, nenhum fabricante, ninguém aqui para me ajudar”

Os testes de pré-temporada da Fórmula 1 servem para tudo. Levar o carro ao limite, fingir que se está a levar o carro ao limite, fazer mudanças, esconder o jogo, criar conceitos totalmente inovadores ou surpreender. No Bahrain tratou-se, acima de tudo, de surpreender.
Em Portugal, no passado sábado, já passava das 13h quando Guanyu Zhou, piloto da Alfa Romeo, se sentou em frente ao computador para falar com a Tribuna Expresso. O sorriso no rosto assim que ouviu a frase “segundo melhor tempo nos testes desta manhã” não deixou esconder que era ele o protagonista de uma das últimas surpresas da pré-temporada. “Foi bom. Sinto-me mais confortável com o carro e sinto como se pudesse realmente ir até ao limite ou perto do limite agora. Isso é sempre uma coisa boa. Ver que o tempo da volta não é mau em comparação com os outros, é ainda melhor”, afirma.
Zhou chega à categoria-rainha numa altura em que a Fórmula 1 não só se apresenta totalmente renovada, como também está a apostar na expansão para outros mercados, como o chinês, com o Grande Prémio da China já confirmado até 2025. Aliás, o piloto esteve lá na primeira vez que a Fórmula 1 aterrou no país, em 2004. Com uma bandeira de apoio a Fernando Alonso em punho, Zhou nem sequer imaginava que, 18 anos mais tarde, seria ele na pista, contra o ídolo de sempre.
Ainda assim, a ligação do país ao desporto motorizado não é muita. Zhou não teve mais do que o apoio da família e das equipas por onde foi passando depois de tomarem a decisão de trocar a China pela Europa, para que pudesse competir no sítio onde, considera, estavam os melhores do mundo. Não foi sempre fácil. Talvez por isso mantenha os pés na terra na hora de criar expetativas para a sua primeira temporada a Fórmula 1.
Quais são as tuas expetativas para a primeira temporada na Fórmula 1?
As expetativas são muito simples. No início da época só quero ambientar-me um pouco e não quero dizer a mim próprio que tenho de fazer algo na primeira corrida porque sei que a Fórmula 1 é muito complicada. Neste desporto é difícil ser bom de imediato, é preciso algum tempo para compreender tudo. Mas, no geral, penso que para a temporada quero ir à Q2, sair-me bem na qualificação, e depois terminar as corridas nos pontos, que é sempre o alvo.
Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: tribuna@expresso.impresa.pt