O que Guardiola diz à imprensa nem sempre se aceita como verdade absoluta, bem sabemos. Elogiar os próprios jogadores ou os adversários como se fossem a última bolacha do pacote faz parte da receita comunicacional do técnico catalão. Há uns tempos, mostrou-se encantado com um jovem nascido em Stockport e que já merecia comparações com Iniesta. “O melhor é Messi, mas nunca vi um jogador tão talentoso com 17 anos”, atirou. Falava de Phil Foden, um sobredotado que pensa rápido e resolve problemas no mais curto espaço de campo. Não parecendo, pelo currículo que acumula, só tem 23 anos. Desde 18/19, vimos muitas exibições dignas de um fenómeno. No entanto, até à presente temporada, ficou sempre a ideia de que não estava a expressar todo o génio futebolístico.
Para um jovem da formação, o preço a pagar nos gigantes europeus é maior. Quando apareceu, o Man City contava com David Silva, Bernardo Silva, De Bruyne e Gündogan para as posições de meio-campo. Enquanto crescia, inclusive no Mundial sub-17 em que saiu campeão pela Inglaterra, alternava entre o corredor central e a criação a partir do lado direito. Nesse papel, explora as diagonais e consegue ameaçar através do passe e do remate. Ninguém será capaz de afirmar que Guardiola não entende o talento de Foden e aquilo que pode acrescentar num contexto favorável, mas só o enquadrou num espaço cómodo – com continuidade – recentemente. Não voltará atrás.
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