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Crónica
Tomás da Cunha

Tomás da Cunha

Analista e comentador de futebol

Entre o novo e o antigo - o renascimento da Serie A italiana

Revive o futebol italiano de clubes que por esta altura ainda tem cinco equipas nas competições europeias. O analista e comentador Tomás da Cunha olha para o futebol que se joga na bota como uma mistura de influências e gerações, entre o velho catenaccio – do rigor defensivo, da gestão do resultado - e a novidade do jogo apoiado, que precisa da bola para viver. O segredo está mesmo na diversidade

Tomás da Cunha

Pier Marco Tacca

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Durante cerca de 25 anos, no intervalo entre o Mundial de 1982 e o título europeu de 2007 para o AC Milan, o futebol italiano viveu uma era dourada. Os craques nacionais floresciam nos relvados do calcio e espalhados por diversos clubes. Roberto Baggio, Del Piero e Totti são exemplares raros. A Serie A foi reunindo charme e poder de investimento para atrair estrelas mundiais, desde Maradona a Ronaldo Fenómeno, passando por Platini, Zidane e os holandeses que vestiram a camisola vermelha e preta. Não só nos emblemas de Milão, Turim e Roma houve dimensão europeia, como provam as campanhas do Parma ou da Sampdoria. Nápoles ganhou vida e um deus para venerar. Entre casos de corrupção, que atiraram a Juve para a Serie B e mancharam a credibilidade da competição, o menor fulgor financeiro em comparação com outras ligas e o final da geração vencedora do Mundial 2006, o futebol no país da bota tornou-se muito cinzento. Depois do feito histórico alcançado por José Mourinho, a Juve monopolizou o campeonato e constituiu-se como a única equipa italiana capaz de se intrometer entre os gigantes europeus. Isso está a mudar.

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  • Kvaradona e uma cidade que sonha
    Crónica

    Saindo Mertens, Koulibaly e, sobretudo, o ex-capitão Insigne, o Nápoles ficou carente de um líder espiritual que encantasse pelas reviengas feitas no campo. O clube teve visão fora da caixa, foi buscar um georgiano de 21 anos à liga do seu país e eis Khvicha Kvaratskhelia, o extremo que tem “passado por cima” de qualquer lateral que o defronta, escreve Tomás da Cunha sobre o extremo que já alcunham em memória do maior jogador da história da equipa

  • Na final contra o Inter de Mourinho, nós, do Bayern, fomos derrotados. Nessa altura, todos falavam sobre jogar contra a bola
    Crónica

    É sempre preciso alguém que pegue nas ideias dos outros e as enriqueça com as suas próprias ideias, escreve Philipp Lahm, na crónica em que resume como três treinadores de Itália, Portugal e Espanha influenciaram o futebol atual durante as últimas décadas. Até culminarem na final da Liga dos Campeões deste sábado, no Estádio do Dragão, onde Manchester e Chelsea jogarão com "uma mistura de três partes"