O Brasil não é campeão do mundo desde 2002, com Ronaldo, Ronaldinho, Rivaldo e companhia. De lá para cá, a discussão do jogo no país andou em torno das causas para a decadência na canarinha. Começando pelo estilo próprio, que se perdeu pelo caminho. Uns defendem que se deve à falta de evolução dos treinadores nacionais, comparando-os com os europeus. Por outro lado, a tendência para a homogeneidade e a inspiração no futebol do Velho Continente levou à banalização de conceitos – muitas vezes numa lógica de copiar e colar, ignorando diferenças culturais. Tite, com um jogo bastante rígido e posicional, mereceu críticas constantes pela forma como aprisionava o talento individual. Respiram-se ares de mudança. Ancelotti surge apontado à selecção e Fernando Diniz conquistou o primeiro título da carreira, reforçando o estatuto de líder da revolução.
Dinizismo ao resgate do futebol brasileiro (uma análise ao Fluminense que tombou o Flamengo de Vítor Pereira)
O comentador e analista Tomás da Cunha traça o perfil do Fluminense de Fernando Diniz, admirador assumido do Brasil do Mundial de 1982, que valoriza a expressão individual e alimenta as sociedades que se constroem dentro de campo. Mais que tudo, este Flu, que no domingo bateu o Flamengo e conquistou o título de campeão carioca, é uma luz que ilumina o caminho da recuperação da essência do futebol brasileiro
10.04.2023 às 18h03
Buda Mendes/Getty
Partilhar
Artigo Exclusivo para assinantes
No Expresso valorizamos o jornalismo livre e independente
Relacionados
- Entrevistas Tribuna
Entrevista a Fernando Diniz: “Não teria prazer nenhum em treinar uma equipa simplesmente para vencer, jogando de uma maneira embrutecida”
Muitos dizem que é o futebol mais vistoso do Brasil. O Fluminense, de Fernando Diniz e dos jogadores, obedece à técnica, ao passe curto e à imaginação. O treinador fala sempre em valores, coragem, arte e no “como”, mas numa longa conversa com a Tribuna Expresso explicou também as camadas do seu resultadismo. Sim, também quer vencer, garante que os títulos vão chegar. Esta é a primeira parte da entrevista ao treinador, de 48 anos, natural de Minas Gerais, que apostou em Bruno Guimarães e fez renascer Antony
- Entrevistas Tribuna
Entrevista a Fernando Diniz, parte II: “Vítor Pereira é bom treinador. Uma pessoa que não é do futebol entende tudo o que ele está falando”
Na segunda parte da entrevista ao treinador do Fluminense, o atual 5.º classificado do Brasileirão, Diniz descasca as lacunas do seu modelo de jogo, reflete sobre a crise de valores na sociedade e no futebol, deixa grandes elogios a Vítor Pereira e explica ainda porque não foi feliz enquanto futebolista
- Futebol internacional
Chocolate de Páscoa no Flamengo-Fluminense: Vítor Pereira, “surpreendido” com o nível da equipa, compreende insatisfação dos adeptos
A final do Carioca, o Campeonato Estadual do Rio de Janeiro, estava inclinada para o Flamengo, depois do 2-0 na primeira mão, mas o Fluminense surgiu no Maracanã com categoria e afinação, goleando o grande rival por 4-1. O português é o primeiro treinador do clube a perder as três primeiras finais, depois dos desaires na Recopa Sul-Americana e na Supertaça do Brasil
Últimas