A onze jornadas do fim, com oito pontos de avanço, a ideia de o Benfica perder o campeonato é matéria de pesadelos, escreve Bruno Vieira Amaral. É a prioridade para qualquer um dos grandes e, no ano passado, a boa campanha europeia do Benfica, chegando aos quartos de final da Champions, aquele que tem sido o Cabo das Tormentas das equipas portuguesas na competição, não serviu para consolar os adeptos por mais um ano sem festejar um mísero título
Sem ganhar um troféu há quase quatro anos – podemos falar de uma hegemonia invertida – o Benfica terá como prioridade acabar com essa seca conquistando o título que todos os anos está no topo das prioridades: o campeonato nacional. Já ouvimos a conversa a vários treinadores de clubes diferentes, a prioridade é o campeonato a prioridade é o campeonato. Em caso de dúvida, a prioridade é o campeonato. Um mais ambicioso ou atrevido lá vai dizendo que o seu clube entra para ganhar todas as competições, que não faz poupanças, etc.
Sabemos que não é verdade. As hipóteses de um clube português ganhar a Champions são tão ínfimas que mesmo o mais doente dos adeptos perdoa a natural eliminação. Mas se o clube começa a derrapar no campeonato, aí as coisas mudam de figura e aparecem logo as tarjas nos viadutos da A2, as reuniões de condomínio no Olival ou os artigos à Conselho Leonino na imprensa desportiva. Os treinadores sabem que é assim e gerem os recursos em função do que é mais importante para os adeptos e o clube.
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