Nesta semana somos todos selecionadores de sofá. Dez milhões de selecionadores nas suas mansardas e, para muitos, o pior é o selecionador autêntico, aquele que está sentado no trono áureo da Cidade do Futebol e toma as decisões a sério. Evidentemente se algum destes dez milhões de selecionadores fosse convidado a orientar um treino de futebol seria um desastre. Quem conseguiria dar uma orientação inteligível a um jogador profissional? Alguém teria a capacidade de corrigir uma movimentação, de sugerir um posicionamento?
Apesar dessas minudências, os dez milhões sentem-se perfeitamente capazes de escolher os jogadores aos quais não saberiam dar a mais básica das ordens. Eu sou um desses dez milhões, colecionador de cromos e selecionador-para-mim-mesmo e só não me envergonho do meu atrevimento porque o sei partilhado pelos meus compatriotas. Todos temos uma lista de 26 jogadores que levaríamos para o Catar (e uma lista dos jogadores que deixaríamos lá). A minha é pragmática e não tem como critério exclusivo o gosto pessoal. É uma escolha de compromisso entre os jogadores que gostaria que fossem convocados e outros que sei que Fernando Santos não pode deixar de convocar.
Diogo Costa – Desde o fim da carreira de Vítor Baía na seleção que Portugal não tinha um guarda-redes de classe mundial. Pode tornar-se o primeiro guarda-redes a defender dez penáltis numa mesma edição do Mundial, juntando-lhes um par de assistências;
Rui Patrício – São Patrício já nos salvou muitas vezes, não quero por isso ser ingrato, mas nunca foi um guarda-redes do top 10 da Europa. A vida em Roma não lhe tem corrido muito bem e o melhor que lhe pode acontecer são estas férias no Catar a meio da temporada;